1991: o novo álbum do U2 seria o primeiro da banda desde que gravadora multinacional Polygram, uma divisão da companhia de eletrônicos multinacional Philips, comprou a Island Records, o selo com o qual o U2 tem contrato. A Polygram pagou algo em torno de 300 milhões de dólares pela Island, o que realmente significa - sabendo que a Island não tinha nenhuma outra super estrela viva - que eles pagaram isto para ter o U2.
A Polygram já planejava um grande empurrão para o primeiro álbum da sua banda TOP e eles precisavam de alguma informação para as campanhas de Outono. Então, para começarem, se perguntaram: o álbum tem um nome?
O U2 considerava o título 'Cruise Down Main Street', uma referência aos mísseis que cruzaram com tanta precisão através do centro de Baghdad e ao clássico dos Rolling Stones 'Exile On Main Street'. Eles falaram sobre intitular o álbum 'Fear Of Women' (Medo de Mulheres) - mas o rejeitaram porque certamente ia fazer a Polícia da Pretensão sacar os revólveres. Eles estavam determinados a não chamar a atenção para a seriedade das letras, para manter os olhos da mídia na superfície ostensiva.
E a banda teve outra ideia para a capa: uma grande fotografia do
Adam, parado, nu. A banda chamou o fotógrafo deles Anton Corbijn e o Adam,
orgulhosamente, posou para a câmera. Adam pensou que se eles usassem isto para a capa eles deveriam chamar o álbum 'Man' (Homem) - a seqüência
lógica do primeiro álbum, Boy (Menino). Edge achou que poderia ser engraçado usar a foto do Adam nu e chamar o álbum 'Adam'.
Houve uma certa preocupação na Polygram quando eles ouviram rumores sobre uma capa de álbum com nudez. Eventualmente o U2, incapaz de decidir dentre os muitos conceitos possíveis de capa criados pelo Anton, decidiram usar todos: foi criada uma grande montagem com tudo: desde a foto do nú do Adam até os retratos dos quatro membros da banda espremidos em um daqueles pequenos Trabants. Anton ficou um pouco descontente com a idéia.
Para o título, eles decidiram por algo que nenhum crítico levaria a sério. Achtung Baby, uma referência, usada freqüentemente em Berlim pelo técnico de som do U2, Joe O'Herlihy; veio de 'The Producers', o filme de Mel Brooks sobre uma dupla de sórdidos brincalhões teatrais que tentam criar o maior fracasso de sempre da Broadway com um musical chamado Springtime for Hitler.
A propósito, no 'The Producers', o contador desonesto que coloca em cartaz
Sprigtime for Hitler chama-se Leo Bloom. Talvez o U2 tenha descoberto sem querer que ele podia ser o mesmo Bloom que James Joyce enviou para Nighttown em 'Ulysses'.
Do livro: 'U2 At the End of the World', de Bill Flanagan
Tradução retirada do fórum U2 Ultraviolet.