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segunda-feira, 11 de agosto de 2025

Sobre Gaza: The Edge


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Sobre Gaza

Todos estão horrorizados há muito tempo com o que está acontecendo em Gaza, mas o bloqueio da ajuda humanitária e os planos para uma tomada militar da Cidade de Gaza levaram o conflito a um território desconhecido. Não somos especialistas na política da região, mas queremos que nosso público saiba qual é a nossa posição.

Estamos todos profundamente chocados e profundamente consternados com o sofrimento que se desenrola em Gaza. O que estamos testemunhando não é uma tragédia distante — é um teste da nossa humanidade compartilhada.

Tenho três perguntas para o Primeiro-Ministro Netanyahu. Faço-as na esperança de despertar a consciência e a sanidade do povo de Israel.

Primeira: O senhor realmente acredita que tamanha devastação — infligida de forma tão intencional e implacável à população civil — pode acontecer sem acumular vergonha geracional sobre os responsáveis? O senhor não percebe que, quanto mais tempo isso continuar, mais Israel corre o risco de se tornar isolado, menos confiável e lembrado não como um refúgio contra a perseguição, mas como um Estado que, quando provocado, perseguiu sistematicamente uma população civil vizinha?

Segunda: Se o objetivo final é, como sugere a plataforma do Likud, a remoção dos palestinos de Gaza e da Cisjordânia para abrir caminho para um "Grande Israel", então isso não é paz — é desapropriação; é limpeza étnica e, segundo muitos juristas, genocídio colonial. É uma injustiça em grande escala. E a injustiça, como aprendemos na Irlanda, nunca é o caminho para a segurança: ela gera ressentimento, endurece corações e garante que as gerações futuras herdarão o conflito em vez da paz. Os oprimidos não esquecem. Como essa linha de ação pode tornar seu povo mais seguro?

Terceiro: Se você rejeitar a solução de dois Estados — como seu governo agora faz abertamente — então qual é a sua visão política? Simplesmente um conflito perpétuo? Um futuro de muros, bloqueios e ocupação militar? Um estado de desigualdade permanente? E se esse estado de apartheid se concretizar, você não destruirá o próprio argumento da existência de Israel como uma resposta moral aos horrores do Holocausto? Pois, se Israel passar a ser visto como um Estado que nega sistematicamente os direitos de outro povo, o mundo inevitavelmente se perguntará se o único futuro justo e sustentável, o único futuro tolerável, é um Estado compartilhado — um Estado onde judeus e palestinos convivam como iguais perante a lei.

Sabemos, por nossa própria experiência na Irlanda, que a paz não se constrói por meio da dominação.
A paz se constrói quando as pessoas se sentam com seus oponentes — quando reconhecem a igual dignidade de todos, mesmo daqueles que antes temiam ou desprezavam.

Não pode haver paz sem justiça. Não pode haver reconciliação sem reconhecimento. E não há futuro a menos que nos recusemos a permitir que o passado se repita.

O caminho para a paz é difícil.
Mas nunca é tarde, ou cedo demais, para começar a percorrê-la.

-The Edge
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