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quinta-feira, 3 de maio de 2018

A noite de estreia da eXPERIENCE + iNNOCENCE Tour 2018 do U2


No BOK Center em Tulsa, Oklahoma, o U2 deu início na noite passada à eXPERIENCE + iNNOCENCE Tour 2018! Foram quase 3 horas e 27 músicas tocadas! Uma prova conclusiva de que o U2 decidiu seguir um caminho muito diferente, um que é muito mais difícil de manobrar, mas é muito mais interessante e muito menos previsível.
Como Bono diz, nada mudou, tudo mudou.


Não tocaram uma canção sequer de 'The Joshua Tree', o álbum que o lançou ao estrelato em 1987. Para espanto de muita gente, nem "Where The Streets Have No Name" apareceu no setlist.
Quando o público entrou no local, se deparou com as mudanças: o telão não estava suspenso no alto, e sim abaixado na passarela. Ali, ele já começou a exibir imagens, mensagens e sinais de protestos.
Foram desde o feminismo e a política da Irlanda do Norte até a política racial.

Mulheres capacitadas.

Capacitar mulheres.

As mulheres do mundo assumem.

Nós podemos fazer história. Herstory.

Irmãos e Irmãs - defendam uns aos outros.

Respeite a resistência ou espere resistência.

Nenhum de nós é igual até que todos sejamos todos iguais.

A AIDS é sexista.

O racismo não é patriotismo.

Bem-vindos refugiados.

Custa 20 centavos para salvar uma vida.









Acima do palco "e", novos elementos para o show: uma tela pequena quadrada, um projetor de luzes e imagens.



Os livros, como na iNNOCENCE + eXPERIENCE 2015, estavam lá.


O app U2 AR eXPERIENCE começou a funcionar, e o telão do U2 virou um enorme Iceberg, até começar a derreter e inundar o chão da arena, com a água jorrando.
Depois, uma imagem azulada tomou a tela, como se um rio tivesse sido formado.





"Winter Beats", da dupla sueca I Break Horses, foi a canção utilizada no sistema de som para dar início ao espetáculo e serviu para uma perfeita transição para a canção de abertura do show, "Love Is All We Have Left", onde um Bono espectral de cristal azul apareceu na tela dos celulares. O telão do palco, que começou abaixado, e estava com uma imagem toda azul, subiu para revelar Bono em carne e osso, dentro da tela, mas agora com telas de vídeo dos dois lados da plataforma em que ele pisa. Um olho na realidade, um em uma versão aumentada disso.
A faixa é um playback.


Ele está nesta passarela protegida de ambos os lados, e então há imagens acima e abaixo. Por isso antes da estreia dava a impressão que eles tocavam na parte de cima do telão, ou que a tela se dividia ao meio!
Ao final da performance, a tela fecha novamente por completo e Bono desaparece.
O novo aplicativo U2 AR eXPERIENCE foi relatado por aqueles no local como sendo muito impressionante durante esta abertura.
O U2 agora completo se encontra dentro da tela, e aparecem primeiro em sombras e silhuetas na tela para a performance de "The Blackout", como acontecia em "Invisible" na turnê de 2015, para depois serem revelados por completo com seus instrumentos. A versão ao vivo é diferente da apresentada no vídeo ao vivo da música gravado na Holanda. A escuridão termina na parte final da música, e todas as luzes são acesas para a canção seguinte, "Lights Of Home", na versão St Peter's String Version. A banda vai para o palco principal, e Bono fica na passarela da tela, até descer para a passarela normal que liga os palcos Innocence e Experience.
Quando a tela sobe, a plataforma abaixo continua com imagens de vídeo de gotas de chuva caindo, projetadas sobre seus lados. A tela se dissolve em um mapa noturno de Dublin, aquele visto na capa do Picture Disc lançado da canção.
"Beautiful Day" veio na sequência e foi utilizada a mesma introdução da versão da 'The Joshua Tree Tour 2017', só que agora encurtada. Na performance, Bono cantou um trecho de "Many Rivers To Cross".
A primeira grande surpresa da noite veio com "All Because Of You", que não era tocada desde 20 de fevereiro de 2006 no show no Brasil.



O show seguiu com duas faixas de 'Boy', "I Will Follow" e "The Ocean", que fez a transição perfeita para "Iris (Hold Me Close)", com Bono relembrando memórias de ver sua mãe, Iris, nadando no oceano (em Loughshinny). A performance da canção foi diferente da apresentada em 2015, uma remodelagem.
O restante do 1° Ato foi idêntico ao tocado na turnê iNNOCENCE + eXPERIENCE 2015, com "Cedarwood Road" / "Song For Someone" / "Sunday Bloody Sunday" / "Raised By Wolves / Psalm 23" e "Until The End Of The World". É onde o U2 explora seu próprio passado, levando o público em uma viagem da inocência para a experiência.
Em "Song For Someone", Bono disse que Ali - então uma garota chamada Alison Stewart - lhe pediu para fazer aulas de violão quando jovem. "Vou cobrar dela estas aulas", disse Bono. "Vai custar-lhe o resto da vida."


"Sunday Bloody Sunday" foi tocada na versão mais lenta como na turnê de 2015, e Larry caminhou de óculos.


"Until The End Of The World" continua com a animação da Cedarwood Road, rua em que Bono cresceu, que no final é coberta e destruída por ondas. Termina ali a inocência.
Então o U2 usou um novo Intermission, um inédito remix de "Hold Me, Thrill Me, Kiss Me Kill Me" com os vocais de Gavin Friday.


Uma animação estilo história em quadrinhos foi utilizada no telão, semi-autobiográfica que narra a história da banda, e que mostra o que aconteceu após o fim da inocência, a sequência da enxurrada. Mostra o U2 sendo salvo, e sua subida para a fama (com anjos, estranhos, heróis e vilões) e traz ícones de diversas fases 'Experiência' do U2, como o alvo de Vertigo, o Baby Zoo de Zooropa, o satélite da ZOOTV, o arco da Popmart. Copos de drinks e garrafas simbolizam um período turbulento para a banda. Animações da banda também de diversas fases 'Experiência', como em Zooropa, POP, Achtung Baby, All That You Can't Leave Behind, são vistas.






O 2° Ato abriu dentro da passarela do telão com "Elevation", e no sistema de som a banda usou a longa introdução 'Influx Mix', a mesma da turnê Elevation de 2001.
Bono apareceu de chapéu.


No final, eles descem para o palco "e". Vale lembrar que a passarela da tela é protegida dos dois lados, para evitar algum acidente.


O alter-ego de Bono na 'The Joshua Tree Tour 2017', 'Shadow Man', reaparece durante "Desire" usando uma cartola, lapelas brilhantes e pintura facial (ou seria o ShowMan agora?), que foi tocada com elementos da 'Hollywood Remix'. Ele então é o "pregador lunático que rouba corações em um show itinerante", como diz a letra!
Há uma tela quadrada no alto, que exibe uma imagem circular projetando imagens para o público. Acima da banda, há um círculo de luzes e um projetor, com uma bola espelhada.



Depois, a surpresa: um novo Mr. MacPhisto com uma aparência infernal sobreposta com um filtro por um aplicativo, apareceu no telão, com Bono incorporando o personagem, e fazendo um discurso sobre a natureza do mal.
Note que Bono fica na frente de uma espécie de tablet com uma câmera frontal, e por um aplicativo de reconhecimento facial, o filtro sobrepõe a máscara de MacPhisto nele!


"Eu não vejo esse cara há um bom tempo. Eu tenho sido um diabinho ocupado. Mas você tornou tudo muito mais fácil para mim hoje em dia ... A verdade está morta e os KKK estão nas ruas de Charlottesville sem suas fantasias ridículas. Pensou o que? Quando você não acredita que eu existo, é quando eu faço o meu melhor trabalho".


Seu surgimento marca a melhor parte do show, fazendo o U2 tocar uma canção que nunca havia sido apresentada ao vivo até hoje: "Acrobat", em sua versão elétrica com a banda completa. Uma versão acústica da música foi ensaiada em 1992, antes do início da perna Outside Broadcast da ZooTV, mas acabou não sendo tocada pela banda, e somente 27 anos depois de seu lançamento em 'Achtung Baby', o U2 fez seu debut live!
"Acrobat" foi escrita na época em que o Muro de Berlim caiu, mas funcionou perfeitamente na era de Trump com frases como "Nada faz sentido / Nada parece se encaixar" e "Não acredite no que você ouve / não acredite no que vê".
Como o U2 gastou cartucho tocando a versão elétrica de "You're The Best Thing About Me" na 'The Joshua Tree Tour 2017', o que sobrou para ela nesta nova turnê foi uma performance acústica muito lenta e fria. Larry no bongô, novamente de óculos.


Na sequência, a banda tocou uma versão acústica de "Staring At The Sun", olhando para o disco 'POP' depois de tanto tempo. Infelizmente, Bono não pode tocar violão junto com Edge como na Popmart, e ficou esse vazio.
Bono apresentou ela como uma canção sobre "cegueira política - do tipo que pode rasgar uma casa ou uma nação".
Vimos no telão imagens neonazistas que agitavam suásticas e bandeiras confederadas em Charlottesville no ano passado.
O círculo de luzes que fica acima da banda, aparece também no que parece uma parte da tela de vídeo principal, onde são projetadas imagens da performance!


Em uma sequência mais politizada, "Pride (In The Name Of Love)" foi a escolhida para a abertura. Edge e Adam foram até o público, e a canção teve uma introdução diferente! Eles fizeram isso de uma maneira inovadora com todos os quatro membros da banda parados nos quatro cantos da arena, enquanto imagens de Martin Luther King Jr. marchando pela paz rolavam na tela junto com imagens de ativistas atuais contrariando o ódio em Charlottesville.



Aqui a plataforma com Edge:



Aqui a plataforma com Adam:



"Um coração pulsante da América batendo alto hoje à noite com uma força que o resto do mundo pode não entender, mas nós entendemos. Os irlandeses entendem que a divisão é muito mais fácil que a união e que o compromisso é muito mais difícil do que fechar os olhos. Então cante conosco, garotos irlandeses. Eu soube que o sonho americano é aquele que você não pode ter quando está dormindo então esta noite estamos sonhando com os olhos bem abertos. ... O sonho americano ainda está vivo aqui esta noite em Tulsa", disse Bono
A Declaração de Independência dos Estados Unidos foi recitada na abertura de "City Of Blinding Lights".
"American Soul" teve a introdução de Kendrick Lamar e a animação já vista antes nas performances da canção. Bono usou o megafone. Uma grande bandeira norte americana foi vista atrás da banda.
"City Of Blinding Lights" tem uma introdução diferente agora.





O encore final trouxe quatro músicas e abriu com outra surpresa: "Who's Gonna Ride Your Wild Horses" em sua versão elétrica com a banda completa. A introdução é similar à versão de estúdio de 'Achtung Baby'.



Há uma pequena tela de vídeo também, para as pessoas que estão fora da visão do telão principal de duas faces.


"One" trouxe um impressionante filme no telão, dirigido por Anton Corbijn, com crianças vestindo capacetes de guerra em seu dia a dia. A banda tocou ela mais próxima da original, sem aquela pausa da versão de 2015.
O show terminou com "13 (There Is A Light)", onde marca a volta da banda para casa depois de sair para o mundo, e a lâmpada solitária acesa é vista acima, além de uma miniatura da casa de número 10 da Cedarwood Road, onde Bono viveu.


"Love Is Bigger Than Anything In Its Way" tem muita força ao vivo.
Durante todo o show, os visuais multimídia foram encantadores, perturbadores e inspiradores, fossem imagens de neonazistas marchando com tochas na Carolina do Norte, o Dr. King marchando pelos Direitos Civis na década de 1960, os murais sectários de uma Belfast dividida ou um vídeo de crianças americanas usando capacetes de combate do Exército em suas vidas cotidianas - escovando os dentes, pegando o ônibus escolar, aula de balé, fazendo graça em uma refeição. A banda continua a explorar a mensagem no meio, entre eles e nós.
O setlist vazou antes da apresentação começar, e em uma das folhas vistas está especificado que "Staring At The Sun" e "Who's Gonna Ride Your Wild Horses" serão canções que em seus lugares outras serão tocadas quando a banda decidir mudar o setlist, e a canção tocada no sistema de som para o público deixar a Arena foi um remix de "The Miracle (Of Joey Ramone)", chamado de Ambient Mix.


Agradecimento pelas informações e fotos: U2 Gigs - ATU2 - U2Start - U2 Songs- U2 Tour
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