Recentemente, Dinho Ouro Preto, vocalista do Capital Inicial, foi um dos convidados da quarta edição do Patfest, em São Paulo, e conversou com o Tenho Mais Discos Que Amigos! nos bastidores do evento beneficente.
Um dos pontos da entrevista foi a relação entre música e política, e o cantor usou Bob Dylan, Ramones, Lemmy Kilmister, saudoso líder do Motörhead, e U2 como exemplos para justificar seu posicionamento.
"Não acho obrigatório falar sobre política. AC/DC e Ramones, que são duas das minhas bandas favoritas, nunca falaram do assunto. Várias grandes bandas nunca falaram. Outras pessoas, outros artistas, falam o tempo todo. Um dos meus, das minhas introduções à música foi com Bob Dylan. Bob Dylan era um cara que era super politizado. Eu vi a Joan Baez quando era criança, outra mulher muito politizada. O U2 fala muito. O Roger Waters fala muito. E outros não falam. Então, não é uma obrigação".
Muitos fãs se manifestaram a respeito da fala de Dinho, e alguns até refutaram sua colocação sobre os Ramones. Um deles lembrou que escreveram "Bonzo Goes To Bitburg”", que integra o disco 'Animal Boy' (1986), em protesto contra o ex-presidente Ronald Reagan:
"Bonzo Goes To Bitburg" (do Ramones no álbum 'Animal Boy') significa um protesto punk-rock contra a visita de Ronald Reagan ao cemitério de Bitburg (Alemanha) em 1985, onde soldados da Waffen-SS estavam enterrados, criticando a hipocrisia política e a tentativa de 'minimizar' o nazismo, com o título "Bonzo" sendo um apelido para Reagan e a frase "My Brain Is Hanging Upside Down’ ("Meu cérebro está de ponta-cabeça") expressando confusão e repulsa diante da situação".
