A banda de Dublin Inhaler fez um show no The Other Stage no Festival de Glastonbury, durante o qual dedicaram uma música ao povo da Palestina.
O vocalista Elijah Hewson, filho de Bono, usou o set para tomar uma posição. Ele declarou: "Gostaria de dedicar a próxima música ao povo da Palestina, a todos os inocentes que estão sendo vítimas de fome ou bombardeios, ou de genocídio em nome de alguns lunáticos. Sinto que precisamos dizer isso porque nossa maior força é a liberdade de expressão, e não há lugar melhor para ela do que aqui em Glastonbury. Então, sejam gentis uns com os outros e divirtam-se".
Já os ex-presidentes norte-americanos Barack Obama e George W. Bush endereçaram segunda-feira, críticas ao Governo Trump, enquanto Bono se emocionou ao recitar um poema num evento de despedida da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
Foi o último dia desta entidade como agência independente para a organização humanitária e de desenvolvimento com seis décadas, criada pelo presidente John F. Kennedy como forma pacífica de promover a segurança nacional dos EUA, impulsionando a boa vontade e a prosperidade no estrangeiro. O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, determinou a incorporação da USAID no Departamento de Estado.
Obama, antigo presidente, membro do Partido Democrata, classificou o desmantelamento da USAID pela administração liderada pelo republicano Donald Trump como "um erro colossal".
Os ex-presidentes e Bono conversaram com milhares de pessoas na comunidade da USAID numa videoconferência, que foi anunciada como um evento fechado à imprensa, para permitir privacidade a líderes políticos e outras pessoas para comentários por vezes furiosos e frequentemente chorando.
Os responsáveis expressaram o seu apreço pelos milhares de funcionários da USAID que perderam os seus empregos e o trabalho de uma vida. A agência foi uma das primeiras a ser alvo de ferozes cortes governamentais por parte do Presidente Donald Trump e do seu outrora aliado, o bilionário Elon Musk, com funcionários abruptamente bloqueados de sistemas e escritórios e despedidos através de e-mails em massa.
Trump alegou que a agência era gerida por "lunáticos radicais de esquerda" e estava infestada de "fraudes tremendas". Musk chamou de "uma organização criminosa".
Bush, que também discursou numa mensagem gravada, foi diretamente aos cortes num programa histórico de AIDS e HIV iniciado pelo seu governo republicano e ao qual se atribui a salvação de 25 milhões de vidas em todo o mundo.
A reação bipartidária do Congresso ao corte do popular Plano de Emergência do Presidente para o Alívio da AIDS, conhecido como PEPFAR na sigla em inglês, ajudou a poupar recursos significativos para o programa.
A ex-presidente da Libéria Ellen Johnson-Sirleaf, o ex-presidente colombiano Juan Manuel Santos e a ex-embaixadora dos EUA na ONU Linda Thomas-Greenfield também falaram com os responsáveis.
Bono, defensor humanitário de longa data da África e outros países, foi anunciado como o "convidado surpresa", de óculos escuros e boné. Bono conteve as lágrimas em alguns momentos ao recitar um poema que tinha escrito para a agência e sobre a sua devastação.
"Eles chamavam vocês de bandidos — quando vocês eram os melhores de nós, sempre lá para o resto de nós", disse ele. "E não pensem menos de nós quando a política fizer uma bagunça conosco".
"Não é retórica de esquerda alimentar os famintos e curar os doentes", acrescentou Bono. "Se isso não é assassinato, não sei o que é".
Falou sobre as crianças que morrem de subnutrição, uma referência a milhões de pessoas que, segundo investigadores da Universidade de Boston e outros analistas, morrerão devido aos cortes nos EUA no financiamento de programas de saúde e outros programas no estrangeiro.
O Departamento de Estado afirmou que vai apresentar esta semana o programa sucessor da USAID para a assistência externa, que se chamará "América Primeiro". "O novo processo irá garantir uma supervisão adequada e que cada dólar gasto em impostos ajudará a promover os nossos interesses nacionais", sublinhou a diplomacia norte-americana.
A USAID supervisionou programas em todo o mundo, fornecendo água e alimentos vitais a milhões de pessoas que ficaram sem casa devido aos conflitos no Sudão, na Síria, em Gaza e noutros locais.
Patrocinou a "Revolução Verde" que revolucionou a agricultura moderna e conteve a fome, prevenindo surtos de doenças, promovendo a democracia e fornecendo financiamento e desenvolvimento que permitiram aos países e às pessoas sair da pobreza.
