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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Há 40 anos atrás, ocorria o 'Domingo Sangrento'

Na história mundial são alguns os domingos sangrentos que ficaram registrados. Mas a tragédia que para sempre fica na memória como "Bloody Sunday" ocorreu em 30 de janeiro de 1972, e completa hoje 40 anos, quando um protesto pacífico em Londonderry, na Irlanda do Norte, foi reprimido de forma violenta pelo Exército britânico, causando 13 mortes, seis deles menores, além de 17 feridos, um dos quais veio a falecer pouco tempo depois.
Entre sete mil a 10 mil pessoas marcharam naquele domingo nas ruas de Londonderry em defesa dos Direitos Humanos, apelando ao fim da política de "Internment" implementada pelo Governo britânico em 1971, na Irlanda do Norte, que permitia o aprisionamento, sem julgamento, de nacionalistas suspeitos de pertencerem ao movimento independentista IRA ou outros grupos radicais.
A manifestação pacífica, na qual os participantes eram católicos a favor da reunificação das "duas Irlandas", acabou em tragédia fatal para 14 famílias. No entanto, a investigação realizada de seguida, nada minuciosa, exonerava os militares britânicos de qualquer culpa no massacre, referindo que estes tinham aberto fogo apenas depois de serem atacados. Este relatório originou sucessivos movimentos de apelo a novas investigações, mais isentas, o que só acabou por acontecer em 1998, numa decisão do Governo trabalhista do primeiro-ministro Tony Blair.
O Inquérito Saville, criado em 1998 para analisar os acontecimentos do "Domingo Sangrento", terminou seis anos depois, em novembro de 2004, mas as suas conclusões só foram publicadas em 2010 e com uma inversão total no apuramento da verdade: afinal, nenhuma das vítimas estava armada e os soldados britânicos não fizeram qualquer aviso antes de abrirem fogo contra a multidão.
Quando o atual primeiro-ministro britânico, o conservador David Cameron, anunciou publicamente os resultados da investigação em junho de 2010, acrescentou um pedido oficial e formal de desculpas às vítimas do massacre em nome do Governo do Reino Unido.
O U2 gravou uma canção sobre o ocorrido, a faixa "Sunday Bloody Sunday", e assumiu a face política que ainda hoje ostenta e transformou a dor e a memória do massacre de Londonderry, na Irlanda do Norte, num grito rock que, com o tempo - algo perversamente -, foi perdendo o estatuto de alerta e reforçando o de canção inevitável nos concertos do quarteto.
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