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domingo, 11 de setembro de 2011

U2 e os 10 anos dos ataques de 11 de Setembro - 2° Parte

Bono: Estava sentando em um dos meus lugares preferidos em Nova York, Balthazar, uma espécie de brasserie. A polícia se aproximou do meu carro e estava prestes a mandar meu motorista sair daquele lugar. Ele virou-se para um dos policiais, e de forma deselegante diz: “Não posso ficar aqui? O Bono esta ali dentro”. E eles disseram: “O Bono? Precisamos falar com ele”. Entraram e me disseram: “É o seu carro que esta ali fora?” E eu disse: “Peço imensas desculpas”. Eles viraram e falaram: “Oh, pode estacionar onde quiser. Queremos falar sobre seu trabalho na África”. E o outro policial disse: “Eu estava nas Torres Gêmeas quando caíram”. Tinha estado lá com um padre franciscano, que morreu ao ficar preso aos escombros depois de ter tirado o capacete de proteção para dar a extrema-unção a um bombeiro que tinha falecido. Disse-me: “Só quero que saiba que a América tem que mostrar ao mundo quem somos nós. Temos que mostrar as pessoas que queremos ajudá-las e que não somos o inimigo”. Um policial que tinha perdido amigos no 11 de setembro era a última pessoa de que se esperaria uma observação daquelas. Foi um momento muito importante para mim. Havia uma cólera no ar. Mas acho isso normal. As pessoas tinham o direito de se sentir revoltadas. E eu queria dar a elas um lugar para onde canalizarem essa fúria. Era importante naquele momento falar de intolerância e relembrar às pessoas de que os muçulmanos na América não deviam ser tratados com a mesma severidade que esses extremistas. Espero que tenhamos conseguido cumprir o nosso papel.
Edge: Lemos a lista dos nomes dos mortos e desaparecidos durante o intervalo do Superbowl, em fevereiro de 2002. Tocamos ‘MLK’, mas a lista era tão extensa que se prolongou até mais da metade de ‘Where The Streets Have No Name’. Foi a ultima coisa que fizemos. Foi o final de uma grande turnê, e uma espécie de retorno de tudo, o restabelecer do núcleo. Penso que foi uma época importante para todos.

Bono: O Superbowl foi um grande momento para o U2, quase como no programa de Ed Sullivan, 20 anos antes. Tivemos que mostrar aquele cenário em seis minutos. Eu tinha um auricular e um microfone controlados por rádio. Ao mínimo erro, saíamos do ar. Foi assustador, mas a única coisa que se consegue ver é a minha expressão habitual quando estou apavorado – um grande sorriso forçado. Mas foi um grande momento. Toda a turnê. Apaixonamos-nos novamente pela América e a América por nós.
Complementando: Em outubro de 2001, um grupo de artistas, incluindo Bono e Edge, com o codinome de "Artists Against AIDS Worldwide" (Artistas Contra AIDS no Mundo) lançaram um single com várias versões de "What's Going On".
Como a canção foi registrada logo antes dos ataques de 11 de setembro, foi decidido depois que ela também beneficiaria a Fundação da Cruz Vermelha em prol dos ataques ocorridos nos EUA, além do Artists Against AIDS Worldwide. Para esse novo momento, o grupo foi intitulado: All Stars Tribute. Com isso, mais tarde, foi lançado um vídeo que alterna imagens dos escombros dos prédios do World Trade Center em Nova York, bombeiros realizando resgates dos feridos, fotos e homenagens prestadas às vítimas, com cenas feitas durante a gravação da canção no estúdio.

Um videoclipe de 'Walk On' do U2, com imagens do ocorrido na tragédia de 11 de setembro, das vítimas, familiares, além de depoimentos de pessoas que presenciaram o fato; foi produzido e veiculado pela MTV nesta mesma época.
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