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segunda-feira, 7 de junho de 2010

O primeiro cinquentão

Adam Charles Clayton é o baixista do U2 e integrante mais velho, e foi o primeiro à completar 50 anos de idade na banda, no dia 13 de março.
Adam não teve aulas de música. Foi um autodidata que chegou onde está hoje graças a muita dedicação e treino. Em 1994 o baixista começou a ter aulas de baixo para melhorar as suas capacidades musicais.
Nos anos 80 e 90, Adam Clayton apostou nos efeitos, com ênfase ao uso de slaps, e distorções. O baixista prefere um som mais puro e direto do seu intrumento.
Seja qual for a abordagem, o ‘jazzman’ da banda continua imprevisível e criativo.
Adam é também responsável pelo site oficial da banda, tendo entregado a gestão ao seu irmão Sebastian. E é Adam que também escolhe bandas para abrir os show do U2.
Recentemente, ele processou sua assistente pessoal, alegando que a moça teria desviado muito dinheiro de sua conta bancária.
Clayton conseguiu uma ordem temporária para congelar os bens de Carol Hawkins, depois de descobrir uma diferença de US$ 2,56 milhões em sua contabilidade.
O baixista diz que dispensou os serviços de Hawkins em novembro de 2009, quando ela confessou ter desviado “algum” dinheiro do músico. Mas, ao investigar o montante, Adam tomou um susto.
Segundo o músico, foi descoberto que Carol chegava a usar seus cartões de crédito e débito como se fossem dela.
A ex-assistente teria também comprado um apartamento em Nova York e financiado as férias da família, às custas de Clayton.
Releia a matéria publicada pela Folha Online em 2006, e a entrevista concedida por Adam:

No U2, o microfone é certamente bem mais pesado do que o baixo. "Provavelmente, ser Bono é muito difícil", afirma o baixista inglês Adam Clayton, em entrevista à Folha, a única que o U2 concedeu antes de deixar o México para apresentar os shows de São Paulo.
"Há tantas coisas acontecendo com ele, todas as pessoas querem um pedaço dele, e ele tem compromissos com muita gente o tempo todo. Deve ser bem difícil ser Bono, principalmente porque esperam sempre muito dele."
Clayton pode até parecer o membro do U2 mais apagado, mas ele é o mais antenado. Conhece bandas novas, como a sensação inglesa The Arctic Monkeys, e procura novidades, tanto em jornais, como o "NME", como em rádios, como a BBC One.
A entrevista a seguir foi feita por telefone no intervalo das filmagens do novo vídeo da cantora americana Mary J. Blige, uma versão de "One" em que ela é acompanhada pelo U2. Clayton explica a confusão da venda de ingressos para os shows em São Paulo e tenta consolar os fãs que vão ficar do lado de fora do estádio do Morumbi nas próximas noites.

Folha - As pessoas estão se matando para ver o U2. É assim provavelmente por todos os lugares por onde vocês passam. Por que todo mundo quer tanto ver o U2?

Adam Clayton - É uma pergunta difícil de responder. Acho que cada um tem a sua própria relação com as músicas do U2. Nós temos esse público incrível que, quando se junta para ver a banda, tem essa relação pessoal com as nossas músicas, o que dá um espírito de união. Então, acho que é por isso e porque um show do U2 tem uma qualidade especial, a gente sempre traz uma produção inovadora e avançada, o que faz de nosso show uma experiência muito boa.

Folha - Você ficou sabendo da confusão que foi a venda de ingressos para os shows em São Paulo?

Clayton - Sim, ouvimos que houve uma dificuldade enorme para comprar ingressos. A informação que tivemos é que os promotores calcularam errado a demanda de ingressos para os shows. Não havia muitos jeitos de as pessoas comprarem ingressos de modo rápido. Quando os ingressos acabaram, talvez tenha sido difícil fazer as pessoas se dispersarem.

Folha - Muitas pessoas ficaram sem ingresso e algumas podem culpar a banda. O que você diria?

Clayton - A procura para os ingressos era muito alta mesmo. Nós e os promotores ficamos impressionados com essa demanda. Talvez tivéssemos de fazer mais shows no Brasil, mas, infelizmente, estamos agendados para apenas dois. Por isso vamos permitir que o show seja televisionado, para que as pessoas que ficaram sem ingresso possam, no mínimo, provar um pouquinho do show.

Folha - De qualquer modo, assistir a um show do U2 em São Paulo é uma tarefa complicada: primeiro, a dificuldade de comprar ingressos, depois os congestionamentos e as filas para entrar no estádio. Vocês pretendem recompensar o público de alguma maneira?

Clayton - Espero que, quando eles entrarem no estádio, esqueçam o quão difícil foi e saibam que estamos comprometidos em oferecer uma noite realmente boa.

Folha - Vocês pretendem fazer por aqui algo diferente dos shows da turnê "Vertigo"?

Clayton - Sempre mudamos a ordem das músicas. Acabamos de fazer três apresentações nas quais mudamos bastante. Ainda não decidimos como serão os shows no Brasil. Fazemos isso no próprio dia, por volta das 18h.

Folha - Nos shows da turnê "Vertigo" você está se movimentando mais pelo palco. Por quê?

Clayton - Passei a usar um retorno [caixa de som virada para o músico para que ele possa ouvir o que a banda está tocando] de ouvido, que muitos cantores usam hoje em dia, mas que eu nunca havia usado. Isso me dá mais mobilidade, porque eles te dão maior liberdade para caminhar.

Folha - Das outras vezes em que vocês estiveram no Brasil houve a oportunidade de conhecer o país?

Clayton - Sempre que fomos ao Brasil foi muito difícil de ver qualquer coisa, porque há muita gente à nossa volta. Então, a lembrança que fica é a que tivemos shows muito bons. O Brasil é um país incrível, mas só de ver as pessoas nos nossos shows já foi ótimo.

Folha - Vocês pretendem tentar visitar algum lugar desta vez?

Clayton - Não tenho certeza. Há um papo de irmos assistir ao Carnaval em algum lugar e outro de visitarmos Brasília, mas nada foi decidido. Há tempos queremos conhecer Brasília. Tomara que dê.

Folha - Bono provavelmente encontrará nosso presidente lá.

Clayton - Ouvi falar sobre isso.

Folha - Você ouviu falar também dos projetos sociais de Lula?

Clayton - Receio que não saiba muito sobre o governo do Brasil, mas certamente Bono sabe.

Folha - Por que você está sempre mudando a cor e o corte do cabelo?

Clayton - (risos) Eu fico entediado freqüentemente e quero apenas um visual diferente. Não quero parecer igual sempre.

Folha - Como está o seu cabelo agora?

Clayton - (risos) Meu cabelo está curto e natural, do jeito que sempre foi desde o começo da turnê.

Folha - Seria mais difícil ser um astro do rock se você fosse o Bono?

Clayton - Ser Bono é muito difícil. Há tantas coisas acontecendo com ele, todas as pessoas querem um pedaço dele, e ele tem compromissos com muita gente o tempo todo. Deve ser bem difícil ser Bono, principalmente porque esperam muito dele.

Folha - Certa vez Bono disse que você é o "jazz man" do U2. Por quê?

Clayton - Bono acha que eu trago algo diferente para o U2, em parte porque eu escuto as coisas de um modo diferente das outras pessoas. Gosto de músicas estranhas, não gosto apenas de música pop.

Folha - Você já pensou em cantar?

Clayton - (risos) Sim, já pensei, já cantei algumas vezes, mas, basicamente, não sou um bom cantor.

Folha - Como baixista, o que você traz para o som do U2?

Clayton - Eu escutava muitos discos da Motown [gravadora especializada em música negra que lançou artistas como Jackson Five e Diana Ross]. Mas, quando o U2 começou, havia bandas como Stranglers, Clash e Joy Division, e eu ouvia o que eles tocavam. Então, trago uma mistura de soul com punk, esse tipo de coisa.

Folha - Você ouve bandas novas?

Clayton - Sim, escutei essa banda inglesa do momento, The Arctic Monkeys, e achei ótima.

Folha - Você conhece o trabalho do Franz Ferdinand, que vai abrir o shows de vocês?

Clayton - Sim, ouvi os dois discos deles, e são excelentes. Também gosto muito do Secret Machines, que estão em turnê com a gente neste momento. Também gostei muito da dupla africana Amadu & Miriam.

Folha - Como você fica conhecendo novos grupos?

Clayton - Essa dupla africana foi apresentada para mim por Chris Blackwell [ex-dono da gravadora Island, que lançou o U2]. Muitos amigos indicam artistas e eu também leio os jornais, como "NME". Também pego novidades quando escuto a rádio BBC One.

Folha - Por que é importante para você ouvir músicas novas?

Clayton - Sempre gostei de ouvir coisas novas. Estou sempre mudando, ouvindo coisas novas, não gosto de ficar na mesma.

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