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sábado, 5 de junho de 2010

Capítulo 21 - Contrato milionário, novo disco, sucesso nas paradas

O grupo já gozava de prestígio internacional. O álbum 'War', com os hinos 'New Year's Day' e 'Sunday Bloody Sunday', os havia levado a turnês pela Europa e Estados Unidos. Mesmo assim, a banda decidiu deixar o passado para trás e recomeçar com produtores e temática diferente no próximo lançamento. As músicas do álbum "The Unforgettable Fire", lançado em 1º de outubro de 1984, teriam de fazer o ouvinte visualizar paisagens e texturas imaginárias. Para isso foram chamados Brian Eno e Daniel Lanois, produtores acostumados ao experimentalismo que o U2 buscava.
The Unforgettable Fire foi gravado num salão de baile do castelo Slane na Irlanda.
“Na América, causou uma reação verdadeiramente adversa quando gravamos 'The Unforgettable Fire', lembra Bono. “As pessoas pensavam que éramos o futuro do rock’n’roll e diziam: ‘O que é que estão fazendo com este maldito álbum hippie do Eno?’
“Devemos muito a Eno e Lanois por conseguirem ver através do coração do U2.”
O álbum pegou de surpresa os fãs e a crítica especializada. Mesclava canções etéreas e melancólicas como "A Sort of Homecoming" e "MLK" com hits instantâneos como "Bad" e "Pride" (In the Name of Love), esta última uma homenagem ao reverendo Martin Luther King. 'The Unforgettable Fire' seria o primeiro passo do grupo para a dominação mundial
Enquanto 'Pride' tomava de assalto as 10 mais na Europa, o grupo começou uma nova turnê mundial, desta vez iniciando pela Austrália e Nova Zelândia. Mas o que era para ser uma festa (contrato milionário, novo disco, sucesso nas paradas) virou um pesadelo no palco. As novas canções simplesmente não funcionavam ao vivo. “Wire” e “The Unforgettable Fire” eram impossíveis de serem tocadas e o grupo percebeu que haviam se esquecido de moldarem as novas canções para os formato ao vivo. Em meio ao desespero e a pouca animação dos presentes, descobriram que ao menos uma canção rendia bem ao vivo: “Bad”. Talvez seja uma razoável explicação do motivo de ser tão apreciado pelos fãs e pelos próprios integrantes do U2.
O grupo estava exasperado com os responsáveis pela parte técnica, especialmente Bono, que rosnava em cima de todos. O problema é que eles utilizavam muitos roadies locais para diminuir os custos e isso não estava funcionado de forma nenhuma. Para tentar diminuir o problema, resolveram viajar de voltar à Irlanda para acertarem os milhões de problemas. E na “bagagem”, ganharam um novo integrante.
Durante a seqüência de shows na Nova Zelândia, Greg Carrol encontrou algumas pessoas do staff da banda com uma jaqueta com o nome do grupo. Perguntou se poderia conseguir uma jaqueta igual e soube que era destinada apenas às pessoas que trabalhavam com o U2.
Em Auckland, uma banda local abriu para o U2 e Greg trabalhava para esse pequeno grupo. Ele era então um jovem Maori, com um sorriso fácil e que gostava do que fazia. Foi então convidado para trabalhar para o grupo durante a excursão. Greg topou na hora. Sua maneira simples e sua competência cativaram todos, especialmente Bono com quem logo estabeleceu uma amizade. Como Bono andava irritado com as dificuldades, Paul McGuinness teve a idéia de oferecer a Greg um emprego de roadie. Ele teria como missão cuidar apenas do vocalista.
Quando chegaram à Dublin passaram um tempo tentando arrumar as canções. Nesse meio tempo, o U2 recebeu um convite inesperado. Bob Dylan iria fazer um show em Dublin, no Slane Castle e convidou o grupo para participar. A banda se sentiu honrada, mas disse que não se sentiria confortável. Porém, Bono aceitou o convite. Dylan disse a Bono que fariam um dueto em “Blowin’ in the Wind” e perguntou se ele conhecia a letra. “Sim, é claro”, afirmou Bono. Dylan ficou satisfeito. Mas ao chegar no palco após ser anunciado, o imprevisto aconteceu. Bono percebeu que não conhecia nenhum dos versos do imortal clássico de Dylan e começou a improvisar versos desconexos. E pela primeira vez recebeu vaias em sua terra natal, vindo dos fãs do menestrel norte-americano, revoltados com a suposta falta de respeito com uma canção tão importante. Mas se o público vaiava, Dylan divertiu-se. No começo, ficou meio chocado ao descobrir que Bono não conhecia a letra, mas depois achou divertido. No final do show, relatou que seus filhos eram grandes fãs do U2.
Dois meses depois após ensaios, abriram a primeira parte da turnê européia em Lyon, França, no dia 18 de outubro. Algumas curiosidades então ocorreram: em Bruxelas, na Bélgica, no show do dia 27 ou 28 de outubro, os amplificadores da banda abafaram um alarme de terremoto que disparou no observatório da cidade. Após o show, The Edge disse que os culpados haviam sido os pedais de Adam!
O grupo partiu para shows na Holanda, Inglaterra, Escócia e Alemanha. O último show aconteceu em Dortmund, no dia 21 de novembro. Quatro dias depois, Bono e Adam Clayton atenderam um pedido especial do amigo e compatriota Bob Geldof...

agradecimento: www.beatrix.pro.br/mofo
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