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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Entrevista de Bono para o programa Fantástico

Em Londres, Bono deu uma entrevista exclusiva ao Fantástico. Falou dos bastidores e dos planos da banda. E revelou até para quem vai torcer na Copa do Mundo.
Ele já se encontrou com chefes de estado, debateu com bilionários, viajou a lugares inóspitos do mundo. Sempre, segundo ele mesmo, para ajudar os pobres. Agora, Bono, versão 2009, está envolvido com uma nova causa: o combate à Aids na África.
No lançamento da campanha, Bono, o vocalista do U2, falou com exclusividade para o Fantástico. Já na primeira pergunta, ele justifica a carreira de ativista social fora dos palcos, mas sempre na frente das câmeras: “Não vou ficar fazendo campanha no palco. Afinal, somos uma banda de rock. Nossa primeira missão é não ser chatos. Mas, no fundo, nossa música sempre tem a ver com justiça social, como a de Bob Marley, como a do Clash”.
Quando Bono, o ativista, se reuniu com o então presidente George Bush, foi criticado até pelo próprio guitarrista, The Edge. Então, nós perguntamos: existe algum líder mundial com quem Bono não aceitaria se encontrar?
Ele diz que a pergunta é interessante. Pensa um pouco e brinca: “Olha, para me namorar, tem de gastar dinheiro. Não vendo meu corpinho barato, não! Quando vou para a cama com alguém”, afirmou, ainda brincando, “eu penso primeiro no que a outra pessoa vai ganhar com isso, e não no que eu vou ganhar. Enfim, eu me encontraria com qualquer um que realmente fosse dar dinheiro para ajudar as pessoas que eu represento”, diz.
O ano 2009 foi supermovimentado para o U2. Depois de cinco anos, lançaram um álbum de inéditas: “No Line On The Horizon”. E mesmo com toda a fama, ralaram muito na promoção.
No começo do ano, passaram uma semana aparecendo em vários programas de rádio e TV da BBC de Londres. Depois, na TV americana, tocaram de segunda à sexta, no programa do apresentador David Letterman. E, em 2010, vão tocar pela primeira vez em um festival, logo o maior da Inglaterra, o de Glastonbury.
Não estaria na hora de sossegar? Bono, 49 anos, rebate: “Desde o começo da banda, a gente sempre achou uma honra que nos recebam no rádio, na TV. Isso não mudou. E vale para a minha música e para o meu ativismo social”.
A produtividade musical também é alta. Sobre isso, Bono fez uma revelação: “No final de outubro”, ele conta, “fizemos um dos melhores shows da nossa vida, em Los Angeles. Saímos tão empolgados do palco que fomos direto para o estúdio e gravamos três músicas inéditas”.
Quase no final da entrevista, com os assessores já tirando nossa equipe do lugar, deu pra encaixar uma última pergunta, sobre a Copa do Mundo. E a resposta de Bono foi surpreendente.
Nós perguntamos para quem ele ia torcer na Copa, agora que a Irlanda foi eliminada pela França com um gol ilegal. Bono é tão diplomático que dava para apostar que ele diria Brasil. Mas o irlandês se lembrou do parceiro Didier Drogba na campanha contra a Aids e mandou: Costa do Marfim.
Depois, explicou que o pessoal da Irlanda, apesar de fingir ignorar a Inglaterra, acaba mesmo torcendo pela seleção inglesa. Finalmente, o Bono diplomata assumiu o comando, e disse: “Posso torcer meio a meio, Costa do Marfim e Brasil?”. Detalhe: a entrevista foi gravada antes do sorteio que colocou os dois países na mesma chave da Copa.
O sempre simpático Bono é então retirado pelos assessores. Tempo esgotado. Hora do maior astro do rock partir para outro compromisso, ou com a banda, ou para tentar salvar o mundo.

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