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segunda-feira, 9 de junho de 2008

The Unforgettable Fire - LP



LP The Unforgettable Fire, lançado no Brasil em 1985 pela RCA.

Commercial Release: October 1 / 2, 1984
Record Label - Island Records
Top Chart Position - US: 12, Canada: 6, UK: 1

A Sort of Homecoming (5:28)
Pride (In the Name of Love) (3:48)
Wire (4:19)
The Unforgettable Fire (4:55)
Promenade (2:35)
4th of July (2:12)
Bad (6:09)
Indian Summer Sky (4:17)
Elvis Presley and America (6:23)
MLK (2:31)

Published by Blue Mountain Music Ltd. Produced and Engineered by: Brian Eno & Daniel Lanois. Additional Engineering: Kevin Killen. Assistant Engineer: Randy Ezratty. All tracks recorded in Ireland at Slane Castle, Co. Meath and Windmill Lane Studios, Dublin.
Bono: vocals. The Edge: guitar, keyboards, vocals. Adam Clayton: bass. Larry Mullen Junior: drums. Additional vocals, instruments and treatments: Eno / Lanois. Music U2, Words Bono. String Arrangement: Noel Kelehan. Fairlight: Paul Barret.
Managment: Paul McGuinness. Anne-Louise Kelly - Principle Management - Dublin. Ellen Darst - Principle Management - New York
U2 Crew: Dennis Sheehan, Joe O'Herlihy, Steve Iredale, Tom Mullally, Steve Rainford, Peter Williams, Tim Buckley, Lord Henry Moutcharles. Sleeve - Conception by Anton Corbijn / Steve Averill. Realisation: Anton Corbijn / The Creative Dept Ltd.
Thanks to Mrs Christine Kerr. Drums: Yamaha. Strings: James Howe Industries

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Brian Eno era uma figura cultuada no meio. Ex-integrante do Roxy Music, era considerado um homem singular, por suas idéias e o conceito de “no musician”. Segundo Brian, um músico não precisa ser virtuose para ser um considerado um mestre. Brian acreditava que se cada um souber trabalhar os arranjos e conseguir aproveitar todo o seu potencial, por menor ou maior que ele seja, atingirá uma excelência. E Brian havia feito muito disso com dois artistas que o U2 amava: David Bowie e Talking Heads.
Mas o problema é que Brian não estava muito animado em produzir o grupo. Ele conta que ficou meses sem responder os insistentes telefonemas da banda para que telefonasse para eles. O motivo é que não via como poderia se encaixar nas canções do grupo. “Para ser sincero, eu tinha odiado todo o trabalho deles, não havia nada em comum comigo e não tinha idéia porque tinham me escolhido.”
Depois de tanto insistirem, Brian concordou em viajar até Dublin para conhecer os insistentes irlandeses, levando um jovem engenheiro de som chamado Daniel Lanois.
O encontro foi melhor do que Brian esperava. A princípio, tentou demover a banda dizendo que se fossem produzidos por eles soariam como jamais pensariam e que mudariam totalmente de estilo. Pois Brian ficou surpreso quando o grupo disse que era justamente isso que desejavam. “Não queremos fazer um filho do War. Queremos dar um passo à frente em nossa música”, disse The Edge.
Brian confessa que mais do que as músicas, o que realmente o interessou foram os próprios integrantes. “Quando vi Bono pela primeira vez sabia que teria que trabalhar com ele. Não sei explicar o que senti, apenas que o achei uma figura interessante demais para ser descartada. O mesmo se aplicou com The Edge, Adam Clayton e Larry Mullen. Eles não eram pessoas convencionais de uma banda convencional. Ali, vi que seria um projeto muito interessante.”
Em março de 1984 o grupo é escolhido como o grupo do ano pela revista Rolling Stone. Se a banda gostou, Paul McGuinness simplesmente pulou de alegria com a notícia. E não era para menos. Finalmente ele tinha um grande trunfo para tentar renegociar, mais uma vez, o contrato do grupo com a Island. Paul então marcou uma reunião com o Chris Blackwell e levou Owen Epstein e Ossie Kilkenny.
Ao final da reunião, os três saíram pulando que nem crianças. O antigo acordo de US$ 50 mil mais royalties tinha se transformando em um novo contrato para mais quatro discos ganhando US$ 2 milhões adiantados por disco mais royalties. Traduzindo: o U2 era uma banda milionária agora. Os anos de dureza haviam terminado.
McGuinness e Epstein voaram para Dublin até os estúdios Widmill Lane onde a banda estava gravando o novo disco. Paul reuniu a banda e deu a grande notícia. O grupo ouviu em silêncio e então Paul levou uma ducha gelada de Bono. “O dinheiro poderá nos destruir, nos corromper. Pode nos separar dos amigos, de nossas famílias, de nossas raízes. Estamos felizes pelo acordo, mas não há necessidade para a festa. Agora precisamos voltar ao trabalho e terminar esse disco.”
Paul esperava tudo, menos ouvir isso. “Não é possível”, pensava, “fiz um acordo milionário e eles reagem com essa frieza?”
Mas o que o empresário não sabia é que as gravações estavam sendo caóticas como nunca haviam sido anteriormente. O motivo é que as músicas não funcionavam. Após definirem que usariam a exposição “The Unforgettable Fire” seria o tema central, nada mais deu certo. Duas semanas antes de começarem as gravações com Brian e Lanois, o grupo não tinha sequer uma única nova canção. Para piorar, o grupo temia que Eno pensasse “meu Deus, que banda horrorosa. Como fui entrar nessa?” O pânico era tão grande que pensaram em desistir de tudo.
Quando Brian e Daniel chegaram para começarem o trabalho, The Edge resolveu sentar com os dois para discutirem as idéias. O primeiro passo era tentar encontrar o som correto para as músicas. Quais guitarras e tratamentos seriam usados? Como seriam gravadas? Haveria muito ensaio ou seria algo mais “ao vivo”? A idéia central era falar do horror da guerra nuclear e tentar fazer com que tudo isso se encaixasse. Era um trabalho imenso, mas possível. Ou não?
Uma das primeiras atitudes foi mudar de local. O grupo deixou Widmill e foi trabalhar no Slane Castle, mesmo local que haviam tocado com o Thin Lizzy anos atrás. Todos ficariam praticamente trancados trabalhando lá até que conseguissem encontrar o que procuravam.
E algumas tensões começaram a acontecer. Enquanto Brian e The Edge ficavam conversando e tocando algumas melodias, Bono os rondava com um lobo ouvindo cada nota para tentar encontrar inspiração. Brian ficava irritado com a situação, já que para ele, Bono deveria estar escrevendo. Mas o que Brian não sabia é que Bono só escrevia após ouvir a melodia que The Edge construía. Não haveria imagem se não houvesse uma melodia. E The Edge precisava explicar isso calmamente para Eno.
Na verdade, Brian estava tentando ajustar o som do U2 ao seu. Quando disse que mudaria radicalmente o som do grupo, não estava blefando. O grupo trabalhava em três canções, de início: “Wire”, “White City” e “Pride”.
Aos poucos Brian foi entendendo a maneira de trabalhar da banda e misturando toda a intensidade e paixão do U2 com sua paixão, a música gospel. Brian tentava explicar que se houvesse o clima certo as letras seriam transmitidas da mesma maneira. Em seu modo de pensar, a música era mais importante que a palavra. Algo excitante, mas muito sutil.
Bono recorda um pouco sobre esse período: “Nós últimos anos, cada banda do planeta ligou para Eno e o convidou para ser o produtor, mas o único grupo que ele aceitou foi desses quatros patetas irlandeses, por um motivo qualquer. Na verdade, acho que ele viu algo em nós. E tem sido uma experiência maravilhosa. Ele nos mostrou muito da “soul music”, sua grande paixão. Comecei a perceber que havia uma grande relação conosco, porque vários fãs nos falavam que tínhamos uma grande espiritualidade e eu acabei encontrando isso nesses discos. Não temos raízes na música negra, mas nossa alma é similar. Com Eno redescobrimos o espírito em nossa música e a confiança em nós mesmos.”
A banda começou a gravação do seu quarto álbum com produção de Brian Eno e Daniel Lanois.
'Bad' falava da luta de um fogo inesquecível, mas é uma metáfora para o vício nocivo da heroína, que escraviza o viciado. E Bono havia perdido amigos para a droga. “Quando um amigo seu vira um viciado cessa a amizade, porque ele vai querer te roubar, te bater. Isso causou um grande efeito em mim e perdi duas pessoas queridas dessa maneira.”
Com o clima mais leve a medida que as canções iam sendo trabalhadas, o grupo e Brian Eno tornaram-se cada vez mais próximos. E Brian ousou em fazer experiências com o grupo como foi o caso de “Elvis Presley and America”.
“Brian estava segurando um microfone e pediu para que eu fizesse uma experiência. ‘Cante essa letra bem lentamente com a melodia invertida, ou sei lá, de qualquer outra maneira, apenas cante. ‘Eu pensei que ele estava maluco, mas obedeci. E quando acabei havia essas linhas incríveis e melodias juntas. Cheguei para ele e disse que não esperava a hora de vê-la pronta. Brian então me disse: ‘o que você quer dizer com isso? Ela já está pronta!”
The Edge confirma o jeito peculiar de Brian enquanto gravavam “4th of July”. “Eu e Adam estávamos fazendo uns testes. Brian tinha uns tratamentos e efeitos para o vocal e amplificou minha guitarra neles. Deixou um gravador correndo e soou bem e ele colocou tudo em um fita de um quarto de polegada. A canção acabou sendo produzida assim, de uma maneira e ficou com uma ambientação maravilhosa.”
The Unforgettable Fire, (assim chamado devido a uma série de pinturas feitas por sobreviventes do bombardeamento atómico de Hiroshima e Nagasaki), foi editado em 1984. O disco possui uma sonoridade única: o U2 encontrou a linha melódica que os fazem ser uma banda singular. A música "Pride (In the Name of Love)" era dedicada a Martin Luther King, e chegou a nº 5 de vendas no Reino Unido e ao top 50 nos EUA.
A revista Rolling Stone chamou o U2 de " A banda dos anos 80", dizendo que, para um número crescente de fãs, os U2 eram a banda mais importante, senão mesmo, a única importante.
O disco foi direto para a primeira posição na Inglaterra, mas não decolou nos Estados Unidos. De forma velada, Paul Mcguinness culpou a falta de divulgação da gravadora pela falta de publicidade para o disco na América.
Enquanto Pride se tornava uma das 10 mais na Europa, o grupo começou uma nova turnê mundial, desta vez iniciando pela Austrália e Nova Zelândia. Mas o que era para ser uma festa (contrato milionário, novo disco, sucesso nas paradas) virou um pesadelo no palco. As novas canções simplesmente não funcionavam ao vivo. “Wire” e “The Unforgettable Fire” eram impossíveis de serem tocadas e o grupo percebeu que haviam se esquecido de moldarem as novas canções para os formato ao vivo. Em meio ao desespero e a pouca animação dos presentes, descobriram que ao menos uma canção rendia bem ao vivo: “Bad”. Talvez seja uma razoável explicação do motivo de ser tão apreciado pelos fãs e pelos próprios integrantes do U2.
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Curiosidade: Chrissie Hynde, dos Pretenders, é a tal Mrs. Kerr; que aparece nos agradecimentos do album The Unforgettable Fire. Ela participou dos backing vocais de Pride.

Duas músicas saíram 'por acidente': "Elvis Presley and America" tem a estrutura instrumental idêntica a "A Sort Of Homecoming", só que de trás para frente. Brian Eno e Daniel Lanois produtores do disco, tocaram a seqüência e Bono foi improvisando a letra em cima. Tanto que mal dá pra entender o que ele diz... E o instrumental "4th of July" foi ainda mais por acaso. Edge estava tocando qualquer coisa na guitarra, sem saber que os produtores estavam gravando tudo. Depois foi adicionado o baixo, gravado separadamente por Adam. A música recebeu esse nome simplesmente porque... era mesmo dia 4 de julho.
O castelo da capa é o Moydrum Castle, que se localiza nos arredores de Athlone, na Irlanda. O castelo da contra-capa fica em Carrickgogunnel (condado Limerick, na Irlanda).
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The Unforgettable Fire: Video
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