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terça-feira, 10 de julho de 2018

Shows do U2 no Brasil pela turnê Popmart poderiam ter sido antecipados para o final de 1997 por causa do pouco público no início da turnê pelos EUA


Em 10 de Junho de 1997, o Jornal Folha De São Paulo escreveu que público brasileiro fã do U2 deveria receber uma boa e uma má notícia nas semanas seguintes.
A boa era que a banda poderia antecipar suas apresentações no Brasil para o final de 1997.
Os shows estavam agendados para o fim de janeiro de 1998, em São Paulo e no Rio de Janeiro, mas houve a possibilidade que acontecessem no final de 1997.
A má notícia era que a razão da possível antecipação era o fracasso experimentado pelo grupo nas primeiras apresentações nos Estados Unidos de sua turnê PopMart.
Iniciada em abril de 1997, com um show em Las Vegas, o espetáculo usava e abusava de efeitos especiais computadorizados, defendendo a teoria de que a arte é idêntica a qualquer produto de supermercado, algo simplesmente para ser vendido e comprado.
Imagens das obras de artistas pop como Andy Warhol e Roy Lichtenstein faziam parte do show, "ilustrando" as músicas do grupo.
O público norte-americano, porém, não se mostrou muito atraído por nada disso.
Quando três apresentações do U2 estavam agendadas para o Giants Stadium, em Nova Jersey, apenas a primeira performance teve seus ingressos vendidos antecipadamente. A segunda e a terceira sobraram.
Desanimados com o resultado, a Folha apurou que os organizadores do PopMart começaram a refazer a programação da banda.
O número de espetáculos estava sendo estudado para ser reduzido de 80 para 64. Com isso, a turnê poderia viajar mais cedo para a América Latina, onde os organizadores confiavam que teriam maior audiência.
"O problema é que o público ainda não se acostumou às novas músicas do U2 e fica só pedindo as antigas", justificou Jake Kennedy, um dos responsáveis pela turnê na época.
"Não tenho dúvidas de que PopMart vai embalar, porque é mais do que um simples show musical, é um espetáculo de outro mundo", disse ele.
Kennedy esqueceu de dizer, no entanto, que, além de um "espetáculo de outro mundo", os custos do evento eram bastante elevados.
Só o telão de 57 metros de comprimento por 19 de altura, apresentado como o maior do mundo pelos organizadores, custou US$ 6 milhões.
O arco dourado de 33 metros de altura, que lembrava o símbolo do McDonalds, e o globo de espelho de 13 metros de diâmetro, totalizavam US$ 1,6 milhão.
Com salários e transportes, eram gastos US$ 214 mil por dia. Os demais custos operacionais chegaram à casa dos US$ 125 mil diários.
No total, após 14 meses de apresentações, o U2 imaginava consumir cerca de US$ 180 milhões. Se reduzissem a turnê, agendada até junho de 1998, os gastos podem cair um pouco. Mas isso não aconteceu, e a banda realizou 93 apresentações.
Apesar dos problemas enfrentados nos três primeiros meses de PopMart, Paul McGuinness, empresário do U2, afirmou que "não existe a mínima possibilidade de a turnê acabar no prejuízo".
Mesmo com a venda de ingressos abaixo da expectativa naquele momento, McGuinness declarou que o disco 'POP' estava tendo ótima procura.
"Em 29 países estamos em primeiro lugar entre os mais vendidos e nos aproximamos do primeiro milhão de cópias vendidas", disse McGuinness.
O empresário se negou a definir a turnê como um fracasso naquele momento. "Ela está apenas no começo e vai esquentar até 1998, quando o U2 completar 20 anos. Só depois de julho deste ano, quando chegar à Europa, poderemos avaliar melhor."
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