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quinta-feira, 12 de julho de 2018

O técnico de guitarra Dallas Schoo fala para o site Reverb


The Edge é um dos guitarristas mais famosos do planeta. O seu técnico de guitarra Dallas Schoo, que também trabalha para o U2, acompanha todo o seu processo, desde experimentar no estúdio com melodias e efeitos até se apresentar em grandes turnês de estádios para fãs de todo o mundo, e está compartilhando suas experiências através de um vídeo para o Reverb. A dica é do fã e seguidor Luís Tessaro!

"Edge é um grande cara, é meu chefe. Eu vou para o estúdio as vezes trabalhar com eles todos, e isso que para mim é fazer parte desta magia, começando ali com nada ao entrar em um sala.
Eles não escrevem nada ou trabalham em casa, como faziam quando o orçamento era pouco em 'October', 'War', uma época em que eu não estava por perto, mas Edge me conta que o som surgia, ele pegava uma guitarra, então vinha Steve Lillywhite e Bono, já gravavam. Bono conta sempre como não gosta do seu vocal naquela época, estas coisas.
Mas eu gostaria de dizer isso, eles não chegam com nada. Edge toca um riff, Larry ouve, olha para ele, Adam pega um baixo acústico, e começam uma jam, é assim que fazem, criam um monte de takes, e então entra o que chamamos de Bongolese. Eu tenho que estar lá para isso, para acompanhar esta mágica acontecendo, fazer parte dela e amo isso, mais do que estar em turnê.
A turnê é meu departamento, eu entrego, espero, 100% à cada noite, coisas que eles querem fazer e que eu posso fazer, mas essa é minha responsabilidade. Mas no estúdio, você senta ao redor, você ouve aquele riff de Edge feito há uma semana ou duas, e agora você tem Adam entrando nele e Bono sem nenhuma letra, murmurando coisas sem sentido, tendo ideias olhando e andando pela sala, pedindo reverb, eco, e em seguida ver que aquilo irá tomar uma forma e vai acabar fazendo parte do álbum. Essa é uma abordagem típica do U2, que tudo será levado mais adiante, os erros poderão ser consertados, e então chegar com aquilo tempos depois, ver qual é a melhor guitarra funciona naquilo, trabalhar nela o dia todo, que vai então se tornar aquele som pioneiro, e ali está você, três, quatro, cinco horas da manhã trabalhando naquilo. Este é o processo.
Você sabe, eles são uma banda que ainda perseguem isso. Nesta altura, poderiam definitivamente descansar sobre o que conquistaram e ter um eco diretamente para um amplificador Vox, facilitando o trabalho. Mas eles não fazem isso. Eles querem tentar, podem até não usar, mas vão continuar tentando por dois ou três dias para conseguir o melhor daquilo, é meio que uma maldição da banda, se posso falar assim, porque as ideias não têm fim.
Com a canção "Vertigo" foi assim. Era uma letra sobre um índio nativo americano frustrado em uma reserva, e em seguida, Edge saiu com uns amigos para um clube em Dublin, e voltou no outro dia dizendo 'Não, não é sobre isso. Eu estava em um clube e Jesus estava em volta de seu pescoço'. Havia uma linda garota com um crucifixo pendurado em seu pescoço.
Eles tem um quadro que eles colocam para os produtores, como Lillywhite, se precisam de um verso, solo, nota, para essa música, aquela. Logo aquilo muda, já não precisa mais da nota para aquela música, tem que ser usada em outra. Acho que eles fizeram isso em "One". É assim.
Isso é um presente, está além do emprego, ver estas músicas surgindo, é um privilégio, saber que estará no álbum deles em breve. Eu acho que eles tinham 37 músicas para este último disco. Quando você passa dois ou três anos trabalhando em um disco, você vê tudo isso surgir novamente, mas vai esculpindo as coisas de uma maneira diferente, uma sombra diferente."

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