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sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Pelé quis Bono para cantar em uma faixa de CD que planejou lançar


Pelé, o rei do futebol, morreu aos 82 anos de idade. Pelé gostava de compor e cantar. Autor de mais de cem músicas, como Meu Mundo É Uma Bola, Cidade Grande e ABC do Bicho Papão, gravou um compacto ao lado de Elis Regina (1945-1982), participou de especial de Natal do Roberto Carlos e lançou um álbum produzido por Sérgio Mendes.
Um de seus álbuns, Peléginga (2006), gravado com coro, banda e orquestra, foi lançado apenas no mercado internacional. Com 12 músicas selecionadas entre as mais de cem que compôs, vendeu 100 mil cópias.
"Algumas de suas canções são boas. Outras nem tanto. Uma das minhas favoritas é Acredita no Véio. Ele compôs para o pai de santo que os jogadores consultavam antes dos jogos. Quando o time ganhava, estava tudo bem. Quando perdia, o pai de santo arranjava um monte de desculpa", diverte-se o maestro, produtor e arranjador Ruriá Duprat.
No estúdio, Duprat conta que Pelé costumava dar trabalho, sim. Mas afirma que o jogador nunca se recusou a regravar uma música quantas vezes fossem necessárias: "Quando algo não está legal, sou franco, e ele procurava fazer melhor. Nessas horas, o Pelé não saía do estúdio enquanto não ficava satisfeito com o resultado", diz.
Em 2009, Pelé ficou empolgado com o convite de Jair Rodrigues para fazer uma participação especial em seu show. Foi então que ele quis gravar um novo CD, para ser lançado até maio de 2010.
Pelé passou a investir na produção que, segundo ele, deveria ter as participações de Mick Jagger, Bono, Paul Simon, Elton John e Rod Stewart, todos seus amigos.
"Se eu precisar desses cantores, eles aceitam fazer o projeto", contou Pelé, assessorado pelo maestro Ruriá Duprat.
Na ocasião, Pelé chegou a convidar Bono para dividir os vocais em uma das faixas, mas o vocalista não pôde participar do projeto por causa da turnê 360° do U2.
"Nunca pensei que, um dia, pudesse viver da música ou do cinema. O dom que Deus me deu foi jogar bola. A música e o cinema simplesmente aconteceram. Entre cantar e atuar, acho que me saio melhor atuando", arriscou Pelé.
No dia 24 de Janeiro de 1998, o U2 pisava no Brasil pela primeira vez em sua história.
Bono chegou ao Aeroporto do Galeão no Rio de Janeiro, e disse que seu país e o Brasil têm duas religiões - música e futebol.
"Eu admiro muito a seleção brasileira. A Irlanda e o Brasil dividem duas religiões: música e futebol. Nós falamos a mesma linguagem", afirmou
Essa não foi a única referência do cantor à religião. Ao chegar ao hotel Copacabana Palace, onde ficou hospedado, Bono disse: "O papa está agitando em Cuba. O U2 vai fazer rock no Rio".
A produção brasileira da turnê Popmart convidou Pelé (Ministro Dos Esportes) para assistir a um show do grupo em São Paulo. Foi providenciada uma camisa da seleção brasileira de futebol, para Bono vestir no palco.
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