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quarta-feira, 10 de novembro de 2021

"Com 'Achtung Baby', nos tornamos o inimigo"


1993. Como a maioria das celebridades de seu tamanho, os membros do U2 controlavam sua imagem de forma inteligente. Sem fotógrafos. Sem equipe de TV.
O Factory em Dublin era o coração de seu império do som. Seus estúdios ocupavam dois edifícios inteiros no meio dos armazéns de um porto enorme, mas moribundo.
Sentado em escritório apertado estava Bono, menos barbeado do que o esperado, e Edge, calmo, reservado, sereno. Era a véspera do álbum e turnê 'Zooropa'.
Bono: "Com 'Achtung Baby', nos tornamos o inimigo. As pessoas não entenderam este álbum porque não falamos sobre nossas causas habituais. Eles acreditaram que nós os traímos, fingindo ser estrelas. Algumas pessoas interpretaram tudo pelo seu valor nominal".
De repente parecia que o U2 não queria mais ser militante.
The Edge: "Sempre seremos militantes".
Bono: "Desta vez, queríamos apenas apresentar nossa paixão de forma diferente. Nos anos 90, no que se refere aos abalos políticos e culturais, os humoristas serão os primeiros da fila. Os músicos tiveram seu dia. Agora, assim que abrem a boca, encontram-se sob o olhar da mídia".
Kevin Godley, o ex-membro da 10cc, foi o escolhido para produzir e dirigir vídeos para a ZooTV. Godley era bastante conhecido por seu trabalho na direção de comerciais de televisão.
Bono: "Ficamos intrigados com os comerciais. A ideia por trás da Zoo TV era pegar tudo o que estava acontecendo nas ondas do ar durante a turnê. Com a antena de satélite que trouxemos conosco, pudemos capturar tudo no palco. O que vimos nos influenciou: as eleições americanas, evangelistas de TV, pornografia e comerciais. As pessoas assistem a muitos comerciais; eles são mais instrutivos do que a maioria dos programas.
A ideia de usar texto nas telas veio de Mark Pellington, um americano que havia trabalhado em nosso vídeo para "The Fly". Ele havia trabalhado com Jenny Holzer, Barbara Kruger ... Dito isso, nós escrevemos a maioria dos clichês projetados durante o show. Eu os coleciono como os mais belos riffs de guitarra.
Começamos a fazer esse tipo de coisa nos anos 70. Usávamos rolos de papel de parede. Nós o colávamos nas paredes da esquina da rua e escrevíamos slogans nele. Os slogans - o que dizem e como chegaram lá - esses elementos são também os dois ingredientes mais importantes do rock: o proibido e o misterioso!"
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