PARA VOCÊ ENCONTRAR O QUE ESTÁ PROCURANDO

domingo, 4 de agosto de 2013

Sarajevo vive: dezessete anos após a guerra, capital da Bósnia é metrópole vibrante e multicultural

Por Paulo Campos:

Antes de embarcar para a Bósnia, assisti ao filme “Bem-Vindo a Sarajevo” e fiz questão de ouvir a música do Passengers, “Miss Sarajevo”, dos integrantes do U2 com o tenor Luciano Pavarotti. Queria entrar no clima da cidade. Tinha em mente uma Sarajevo sombria, sem o som ensurdecedor das bombas lançadas durante a guerra dos anos 90, mas melancólica, a exemplo de Varsóvia.
Chego a Sarajevo à noite, depois de cinco horas exaustivas de viagem, partindo de Zagreb, na Croácia, e as luzes de arranha-céus modernos e a frenética movimentação nas ruas de carros, bondes e pedestres, muitos deles turistas com mapas a tiracolo, criam uma atmosfera instigante. Essa é a palavra que vasculhava na mente para definir a capital da Bósnia-Herzegovina.
Assim como Jerusalém, em Israel, Sarajevo é obrigatória no roteiro de todo o turista experiente, viajado. Não é uma cidade comum, corriqueira, mas a própria geografia define seu povo. Incrustada em um vale, está cercada por cinco grandes montanhas de nomes impronunciáveis e cortada por três rios. Seus 500 mil habitantes são formados por católicos, cristãos ortodoxos e muçulmanos.
Boa parte dos turistas que desembarcam no aeroporto tem nas memórias de guerra o principal interesse, mas Sarajevo termina por oferecer bem mais do que isso. Há ali, naquele caos organizado, uma cultura rica, uma culinária exótica, uma mistura do novo com o antigo e um espírito cosmopolita, em uma diversidade que tem apagado o seu maior problema: as diferenças étnicas.
Fundada em 1461 pelos turcos e habitada desde 1.500 a.C., a cidade fez parte do império otomano de 1463 a 1878 e anexada ao império austro-húngaro até o ano de 1914, quando, enfim, o mundo ouviria falar de Sarajevo. Foi na cidade da ex-Iugoslávia que, em 1914, foi assassinado o herdeiro do trono austríaco, Francisco Ferdinando, episódio histórico que levou à Primeira Guerra Mundial.
Setenta e oito anos depois, a tentativa de independência do povo bósnio ocasionou um segundo conflito, a guerra da Bósnia, que durou cerca de quatro anos e aniquilou 12 mil pessoas em Sarajevo. Os sérvios ortodoxos utilizaram a barreira natural das montanhas para sitiar a cidade e bombardeá-la diariamente, destruindo boa parte de seus prédios públicos e residências. A guerra terminou com a assinatura de um acordo em 1995 que dividiu a Bósnia em Bósnia-Herzegovina e Sérvia.
É preciso avisar os turistas afeitos a atrativos turísticos que Sarajevo não é uma cidade comum. Não tem beleza cênica óbvia, é um caldeirão cultural, no qual vivem pessoas de várias religiões, culturas e nacionalidades.

Raio-X

Moeda:KM (marco conversível)
Câmbio: 1 € = 1,95 KM
Idioma: Bósnio, mas as pessoas falam inglês, alemão e francês nas áreas turísticas
Melhor época para visitação: De abril a outubro
População: 4,6 milhões
Dica: Táxis são caros (peça sempre pelo taxímetro)
Comida:É muito barata, com base nas carnes bovina e suína, com forte influência otomana
Religião: Muçulmana

www.otempo.com.br

Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...