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terça-feira, 17 de abril de 2012

The Clash, por The Edge

Rolling Stone – Os 100 Maiores Artistas de Todos os Tempos


Mais do que qualquer outro grupo, o The Clash deu origem a milhares de bandas de garagem por toda a Irlanda e Reino Unido. Para o U2 e outras pessoas de nossa geração, vê-los tocar foi uma experiência que mudou nossas vidas. Não há outro modo de descrever. Consigo me lembrar claramente quando vi o Clash pela primeira vez. Foi em Dublin, outubro de 1977. Eles estavam excursionando para divulgar seu primeiro álbum, e tocaram no Trinity College, com 1200 pessoas de capacidade. A apresentação teve um impacto enorme aqui, e ainda encontro pessoas que estão no mundo da música hoje – alguns DJs, outros em bandas – porque viram aquele show. O U2 era novo na época, e aquilo tudo teve uma grande influência na gente. Era algo como: ‘Por que você faz música? O que diabos é fazer música afinal?’ Os membros do Clash não eram grandes músicos, mas o barulho que eles faziam era inegável – a energia pura, visceral, a raiva e o comprometimento. Eles eram crus em todos os sentidos, e não tinham vergonha de ser uma banda que tinha a ver com muito mais do que tocar com precisão e se certificar que as guitarras estivessem afinadas. Não era só entretenimento. Era uma coisa de vida ou morte. Eles fizeram com que levássemos nossa banda a sério. Não acho que teríamos nos tornado uma banda se não fosse por aquele show e por aquela banda. Eles nos mostraram o que era preciso. E tinha tudo a ver com o coração. O conteúdo político e social nas músicas foram certamente uma grande inspiração para o U2. Foi o toque de despertar, amadurecer, enraivecer, assumir posições políticas e fazer barulho por isso. É interessante que os membros do Clash tivessem personalidades tão diferentes. Paul Simonon havia estudado em uma escola de arte, e Joe Strummer era filho de diplomata. Mas, você sentia que eles eram companheiros verdadeiros. Estavam de acordo, atacando a injustiça, o sistema do qual estavam tão cansados. E que eles achavam que precisava acabar. Eu os vi algumas outras vezes depois daquele show em Dublin, e eles sempre tinham algo novo rolando. É uma pena que não ficaram na ativa por mais tempo. A música que fizeram tem tanto espírito de luta e emoção, que simplesmente não envelhece. Você ainda pode ouví-los no som do Green Day e do No Doubt, no Nirvana e nos Pixies, e certamente no U2. Eles eram sinceros no que diziam, e é possível ouvir tudo isso no trabalho deles.


Do site: www.ultraviolet-u2.com 
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