1985. Para Bono, Adam Clayton era o próprio Noel Coward da banda. Suas façanhas quando jovem foram notórias - usar um vestido ou longos casacos de pele para ir à escola ou correr pelado pelos corredores.
A expulsão geralmente ocorria em um curto espaço de tempo. Bono relatou uma ocasião em que Adam escalou uma árvore do lado de fora da janela do diretor para escutar sobre seu destino. Justamente quando sua professora estava insistindo que o jovem Clayton poderia, afinal, ser redimido, Adam caiu da árvore.
Sentado à beira da piscina do hotel, com um roupão de listras largas prateadas e cinza, Adam falou em sua própria defesa. "Eu não estava preparado para a escola me descartar só porque não me encaixava no conceito acadêmico deles", disse ele, fumando um cigarro. "Qualquer uma das minhas escapadas, a meu ver, continha muita coragem e humor".
Depois de brigas familiares, ele dormia muitas noites no sofá da casa de Bono. Com a decolagem do U2, no entanto, as tensões diminuíram e ele passou a ver seus pais sob uma nova luz.
"Para ser justo", disse ele, "eles nunca ficaram apreensivos sobre mim por sua própria dignidade ou ego. O terrível de ser pai é que os pais estão apenas esperando o momento em que o filho assume a responsabilidade por sua própria vida. Então eles têm a noite de folga, por assim dizer. Todos nós temos os mesmos amores, medos e depressões, e o problema é que talvez não os compartilhemos o suficiente".
"É como essa banda", acrescentou. "Acho que grande parte do que o público sente é que comunicamos nossa normalidade".
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