O mais próximo que U2 e seu ex empresário Paul McGuinness chegaram de uma briga pública foi em 2008, quando McGuinness criticou a forma como o Radiohead lançou um de seus álbuns.
No dia 10 de Outubro de 2007 o Radiohead ofereceu aos seus fãs a possibilidade de pagarem o que entendessem para fazer o download do seu novo álbum 'In Rainbows'. Se quisessem podiam até tê-lo de graça.
Sendo assim, cerca de um milhão de fãs fizeram download no primeiro mês, de acordo com a comScore, uma empresa de pesquisa de mercado, dos quais mais de 6 em cada 10 não pagaram nada. Vários outros milhões fizeram o download do álbum a partir de serviços peer-to-peer (um princípio utilizado, por exemplo, pelo Napster) que ofereciam aos fãs a possibilidade de partilhar a sua música online, em vez de o fazerem através do site do Radiohead, também de graça.
Paul McGuinness em 2008 descartou a ideia de seguir os passos do Radiohead. Segundo McGuinness, o conceito de distribuição adotado pelo Radiohead fez "o tiro sair pela culatra".
McGuinness criticou a tática do Radiohead e disse que o U2 não precisava utilizar esse tipo de método para vender discos. Em entrevista ao site Gigwise.com, o empresário disse que "vendas de formatos físicos ainda são um enorme parte do nosso negócio e ainda vendemos um monte de CDs. Claro que vamos trabalhar com todo e qualquer tipo de tecnologia disponível para fazer um lançamento de um álbum o mais interessante possível".
Bono escreveu para a revista NME, dizendo: "Eu queria esclarecer as coisas em nome dos membros do U2 sobre comentários feitos à BBC pelo nosso tão amado e valorizado empresário, Paul McGuinness, sobre a decisão do Radiohead de disponibilizar a música de 'In Rainbows' como um download usando a ideia de 'caixa de honestidade' para pagamento. Discordamos da avaliação de Paul sobre a liberação do Radiohead como 'ter saído pela culatra até certo ponto'. Achamos que eles foram corajosos".
Não houve nenhuma outra evidência concreta de desarmonia entre a banda e o empresário.
Em 2013, Paul McGuinness anunciou sua aposentadoria, deixando a gestão do U2 após mais de três décadas. O U2 já vinha há anos preparando um novo disco.
E no ano seguinte, o U2, já com o novo empresário Guy Oseary, tornaria o dia 9 de Setembro marcante para ele e para a Apple, que fez uma de suas manobras mais controversas até hoje.
Todos os mais de meio bilhão de pessoas que usavam o iTunes na época iriam receber, naquele exato dia, o novo disco do U2 'Songs Of Innocence' de forma gratuita em sua biblioteca.
Isso não foi bem recebido por todos — até porque vários usuários do serviço não ouvem U2, e sentiram que seus espaços pessoais foram invadidos pela manobra.
Já os fãs que não possuíam produtos Apple também tinham dificuldades, e tiveram que fazer o download ilegal do álbum, já que o disco ficou exclusivo na plataforma da empresa por mais de um mês até ser lançado fisicamente.
Estima-se que a Apple tenha gasto cerca de US$100 milhões para convencer a banda, já que essa estratégia envolveu fazer o grupo abrir mão de tudo que eles venderiam de forma gratuita por um álbum extremamente aguardado.
Os números mostram que cerca de 33 milhões de pessoas ouviram o disco em sua primeira semana, o que certamente é uma bela marca. Ainda assim, é fato que muitas pessoas simplesmente estavam tentando entender o que acontecia, e em especial em países como os Estados Unidos a repercussão foi bastante negativa.
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