O U2 retornou à América do Norte em setembro de 1987 para a terceira e mais longa etapa da 'The Joshua Tree Tour', que coincidiu com a publicação britânica e irlandesa da biografia semi-oficial de Eamon Dunphy, 'Unforgettable Fire: The Story Of U2'. Embora tenha sido efetivamente comissionada pelo U2, o livro causou mal estar com revelações que mortificaram a banda e erros factuais que envergonharam Dunphy. As críticas foram cruéis, da demolição forense de Neil McCormick na Hot Press a Anthony DeCurtis, da Rolling Stone, declarando o livro "um embaraço ... cheio de imprecisões de tirar o fôlego". Apesar disso, o livro de Dunphy é essencialmente um tributo positivo ao U2. Certamente os detalhes incômodos sobre as origens familiares e as crenças religiosas do grupo causam estranheza pelos padrões modernos de biografias de rocks. Mas o desentendimento público entre a banda e autor foi muito mais revelador.
"Bono quer ser visto como Bob Dylan ou Mick Jagger, mas ele é mais como Des O'Connor", Dunphy disse ao The Sun em outubro de 1987, dizendo que o cantor do U2 era um "pomposo" e um "fanático" que se envergonha de sua relativa educação de classe média. "O mundo deles é um mundo muito hierárquico que cheira à velha coisa de 'senhor da casa'. Não é de forma alguma democrático. Eles não pensam nada, por exemplo, em manter as pessoas por perto por muito tempo. Na maior parte do tempo eles me fizeram sentir como um vendedor".
O empresário do U2 Paul McGuinness rebateu Dunphy no fanzine oficial da banda, Propaganda. "É uma pena que Eamon tenha renegado sua promessa de nos deixar ver o manuscrito para corrigir os erros, mas ele foi pressionado por sua editora", afirmou McGuinness. "A cobertura da vida pessoal e familiar das pessoas é algo que nenhum de nós antecipou".
Na NME, um ano depois, Bono disse: "Eamon ficou obcecado em definir a Irlanda via U2 - ele tinha essa coisa sobre o subúrbio. Ele até queria chamar o livro 'Suburban Heroes'! Sabia? Tudo fica absurdo demais".
Larry Mullen Jr. acrescentou: "Muitos caras falam sobre honra e dignidade, mas, no final, nem conseguem soletrá-los".
De acordo com John Waters, que escreveu uma das partes acrescentadas no final do livro, o erro só ocorreu porque o U2 não conseguiu ler o manuscrito de Dunphy a tempo de ser publicado. Consequentemente, ambos se sentiram expostos. "Ficou um clima muito cruel entre eles", diz Waters. "Em um certo ponto, Bono disse a ele: 'Você sabe o que você é? Veneno de rato!' E Dunphy concordou, aparentemente, com sua avaliação!"
Eamon recentemente ajudou no título à uma canção do U2. "Eamon disse uma coisa linda sobre mim vez em um bar em Dublin - ele disse: "Bono, Ali é a melhor coisa sobre você (Ali is the best thing about you)", referindo-se a esposa de Bono, Ali Hewson.
"Então a canção se chama "You’re The Best Thing About Me"."
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