O disco 'October' do U2 era lançado em 12 de Outubro de 1981. O U2 tinha poucos recursos para recorrer.
Eles tiveram, no entanto, um golpe de sorte. A MTV estava fazendo testes para seu lançamento nos Estados Unidos e precisava desesperadamente de conteúdo para tocar no canal a cabo na forma de vídeos musicais promocionais.
Extraída de 'October' para ser lançada como single, "Gloria" teve um vídeo filmado no Canal Basin, em Dublin, pelo renomado diretor de comerciais e vídeos musicais Meiert Avis, no alvorecer de sua carreira premiada. Embora decepcionada com 'October', sua gravadora norte-americana Warner Bros. não se incomodou em lançar "Gloria" como single, o vídeo encontrou o caminho para a MTV que, por querer muito material para exibir, deu-lhe muita exposição naquelas cidades onde estava disponível à cabo.
Retornando para a América do Norte para um mês de turnê, o U2 descobriu que em algumas cidades ainda tocavam em clubes como o Toad's Place em New Haven, e em outros onde a MTV estava disponível, como Los Angeles, a demanda por ingressos era tão alta que eles se viram tocando em grandes teatros, como o Hollywood Palladium. Não importava que as cópias importadas de "Gloria" não tivessem subido mais do que o número 81 da parada de singles dos Estados Unidos, o U2 pegou a onda da MTV, que se traduzia em vendas de ingressos - e com o tempo também se traduziria em vendas de discos.
O U2 teve outro golpe de sorte nos Estados Unidos quando, em fevereiro e março de 1982, garantiu a vaga de banda de suporte em turnê com a J. Geils Band, banda dos anos 70. De repente, o U2 se viu tocando em arenas e conquistando os antigos fãs da J Geils.
Embora o U2 tenha conseguido a improvável vantagem de aumentar a base de fãs, apesar de um álbum com poucas vendas, eles voltaram para Dublin, e Paul McGuinness havia estourado seu cartão de crédito nas passagens aéreas de volta para casa.
As vendas do álbum indicam que 'October' é um dos menos populares dos álbuns de estúdio do U2.
'October' foi classificado como #41 pela revista CCM Magazine em 2001 na lista dos "Maiores Álbuns de Música Cristã de Todos os Tempos", um dos dois álbuns da banda que entrou na lista, sendo o outro o álbum de 1987, 'The Joshua Tree'.
Dave McCullough da Sounds escreveu: "Este álbum 'October' durará para sempre. Uma espécie de zenith pop, sem meias medidas. Tudo respira fogo, recuperando-se dos dois destaques que aparecem no início de cada lado - "Gloria" sendo possivelmente seu melhor momento e "Tomorrow", suavemente exalando emoção".
Adam Sweeting da Melody Maker também escreveu uma resenha favorável, dizendo: "Toda a sua sensibilidade musical é moldada por um forte vínculo emocional com sua terra natal e suas tradições. Isso lhes dá um quadro de referência completamente diferente da maioria dos grupos e 'October' deu-lhes a força para assimilar uma enxurrada de desorientação e transformá-la num corpo coeso de música".
Em contraste, a NME publicou uma revisão negativa, na qual o crítico Barney Hoskyns observou a "excessiva clareza da voz de Bono e o poder forçado do som do U2. Obviamente, o rock não expira apenas porque os grupos ficam sem maneiras de mudá-lo ... U2, eu acho, continuará a se 'mover' na performance ao vivo, mas eles só se moverão na superfície mais leve. Existem outras religiões".
Jon Pareles da Rolling Stone elogiou Edge por sua poderosa guitarra, "encharcada de eco e glória", mas disse que os vocais de Bono foram negativamente impactados por ele levar a sério demais e que suas letras eram bobas e clichês. Pareles reconheceu as tentativas da banda de variar seu som, mas disse que "nenhuma das estratégias funciona tão bem quanto sua dinâmica básica de power-trio".
Stephen Thomas Erlewine, da AllMusic, disse que a banda "tenta avançar demais" em 'October', com Bono se esforçando para fazer grandes declarações e a música parece "pomposa demais". Erlewine destacou certas músicas "absolutamente impressionantes" que "casam a mensagem, a melodia e o som juntas".
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