A certa altura no show, uma longa corda foi baixada do topo do Sphere e Bono puxou uma jovem da plateia para colocá-la sentada como se fosse um balanço. Parecia que ela esteve perto de escorregar. Vocês estão repensando isso?
Veremos como isso se desenrola. Na segunda noite, não havia ninguém balançando.
A seguradora interveio?
Acho que estamos totalmente cobertos. Mas é muito divertido brincar novamente com essa ponte entre a renderização digital e os objetos físicos. Essa é a beleza desta situação, confundir os limites. Há mais a se tirar disso.
Alguns dos momentos mais marcantes ocorreram quando o visual fazia parecer que você estava tocando em algum outro local – em frente à Las Vegas Strip, no deserto, em frente a algum lago antigo. Quando isso aconteceu você sentiu que estava em outro lugar?
Estamos apenas perifericamente conscientes do que está acontecendo atrás de nós, mas sentimos isso através da reação do público.
Há um boato de que vocês podem estender a residência. Isso é possível?
Sempre pensamos no fundo de nossa mente que poderíamos fazer alguns shows adicionais no próximo ano. Mas ainda nem começamos a discussão. Parece que caiu muito bem, então espero que haja alguma demanda. Existe esse tipo de equilíbrio entre manter esse show em andamento, que é, em muitos aspectos, um one-off para comemorar 'Achtung Baby'. Então, estamos avaliando se devemos partir para um novo álbum, novo material e uma nova turnê, em vez de estender essa série.
Você é fã de Las Vegas, a cidade?
Acho uma confusão, mas fascinante. É uma espécie de América em grande escala – incrivelmente imaginativa, ambiciosa, audaciosa. Mas também é um lugar com muitas histórias tristes por causa dos aspectos do jogo. Você tem esse monte de artistas incríveis que passaram muito tempo - de Elvis a Frank Sinatra e toda a era Rat Pack. Mas há também a fase da Cidade Atômica, onde as pessoas podiam vir e ver as bombas sendo testadas no local de testes de Nevada nos anos 50. Estes foram eventos televisionados. Então é um lugar muito louco.
Paul McCartney estava no show do Sphere. Você teve a chance de falar com ele depois?
Fizemos isso por alguns minutos.
Qual foi a reação dele ao show?
Bem, ele adorou.
Outra coisa única na apresentação foi que seu colega de banda, Larry Mullen Jr., ficou de fora devido a problemas de saúde. Como ter um baterista diferente afetou a performance?
Bram se saiu incrivelmente bem, um baterista poderoso e também um cara legal. Ele facilitou ao máximo um momento difícil para o resto de nós. O fato de ele ser um grande fã da maneira de tocar de Larry significa que ele realmente se esforça para tentar recriar o mais próximo possível dos arranjos originais ao vivo. Se eu não olhasse a bateria, não teria conseguido perceber a diferença.
Então o Sphere é o futuro do entretenimento?
Acho que é uma nova área, uma nova categoria, um novo meio. Desde a primeira vez que vimos o modelo em Burbank com a tela em escala de um quarto e entendemos o tipo de sistema de áudio, pensamos que este era definitivamente um próximo passo para nossa banda e nossa equipe criativa. Isso poderia ser algo como um paradigma completamente novo. Talvez estejamos especialmente preparados para explorar o potencial. Mas ainda há muito que pode ser feito aqui.
Acho que você perdeu a chance quando tocou "Vertigo" e não usou o visual para realmente criar vertigem.
Isso não seria problema algum. Eu estive em um passeio virtual de montanha-russa na maquete em Burbank, onde literalmente você tinha que segurar seu assento porque o equilíbrio estava muito afetado. Mas não queremos levar isso ao ponto em que as pessoas se sintam desconfortáveis.
Você não quer vômitos, quer?
Não, isso não seria bom.
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