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domingo, 19 de março de 2023

Adam Clayton fala sobre 'Songs Of Surrender', o documentário de Bono e The Edge e os shows em Las Vegas - Parte I


Depois de um período de pandemia marcado principalmente por projetos retrospectivos, o U2 segue em frente mais uma vez.
A banda lançou 'Songs Of Surrender', seu primeiro novo álbum em seis anos - uma espécie de trilha para o livro de memórias de Bono, e que mostra a banda re-imaginando 40 músicas lançadas ao longo de sua carreira.
Adam Clayton fez parceria com a Fender para um novo amplificador, o ACB 50. "Parece um bônus o tempo todo, só porque este é um momento da sua vida em que você não espera estar tão ocupado", disse Adam à Billboard via Zoom de Dublin. "Acho que temos muita sorte de conseguir fazer a coisa que sempre amamos fazer e ainda estamos fazendo isso, e de alguma forma ainda estamos melhorando nisso. Em algum momento, suponho que o arco mude, mas não sinto que chegamos a esse ponto ainda. Acho que temos muito conhecimento extra ao longo do caminho que adquirimos e podemos fazer discos cada vez melhores daqui em diante".
'Songs Of Surrender' é certamente um projeto que veio como uma surpresa. Esse álbum, de acordo com Adam, foi estimulado diretamente pelo best-seller de Bono, 'Surrender: 40 Songs, One Story', no qual o cantor usou 40 canções do U2 como um veículo narrativo para sua história. 
O álbum, de acordo com Adam, "foi um dos processos mais orgânicos em que o U2 se envolveu. Começamos a conversar sobre o que poderíamos fazer enquanto Bono estava ocupado fazendo este livro. Edge disse: 'Deixe-me dar uma olhada nesses títulos. Deixe-me ver se consigo criar um espaço diferente para essas músicas, para que possamos apresentá-las de uma forma em que a narrativa da música de alguma forma esteja associada ao arco do livro'.
The Edge começou a criar arranjos drasticamente diferentes, em sua maioria acústicos e mais intimistas, às vezes mudando de letra e até de vocalista; The Edge, de fato, se intensificou para cantar várias das faixas sozinho.
Começamos a ver que muitas das primeiras canções que pareciam incompletas, inacabadas ou ingênuas, quando olhamos para elas agora, eram canções com muito DNA e intuição. Do ponto de vista de estarmos na casa dos sessenta anos, essas letras e essas músicas significavam algo, e isso significava que Edge poderia torná-las mais lentas. Ele poderia mudar a nota para baixo. Bono poderia entregar os vocais de uma maneira diferente. E de repente havia uma personalidade que tinha muito mais gravidade de uma história que Johnny Cash ou Willie Nelson poderiam contar. Se envolvia com você de uma maneira diferente. Isso fez você parar de pensar naquela grande banda de rock dos anos 80 que tinha aquele som encorpado e grande para estádios".
Adam tem algumas favoritas entre as 40, incluindo "Stories For Boys", que ele chama de "uma bela visão de Edge como artista e cantor" e "All I Want Is You", que lhe permitiu fazer alguns baixos acústicos tocando onde "eu posso realmente ouvir o ar se movendo e posso ouvir meus dedos nas cordas, e eu simplesmente gosto dessa intimidade".
Embora cada grupo de 10 músicas seja atribuído a um membro da banda, isso é mais um elemento de embalagem do que algo simbólico, diz ele. "Foi depois que tudo foi gravado", diz ele, "então não foi que eu fiz a curadoria das faixas que estariam no meu disco. Não vou dizer que é aleatório, mas não é premeditado como tal. Está aberto a qualquer interpretação que o ouvinte queira fazer. Mas acho que me saí muito bem porque tenho muito material melódico bom, mas também tenho algumas das músicas de rock mais pesadas. E eu tenho "Electrical Storm", que é uma das minhas favoritas, devo dizer. E acho que a versão de "The Fly" que entrou no meu disco também é interessante; isso mostra que não éramos avessos a usar um pouco de eletrônica sempre que possível".
A grande surpresa em seu lote, acrescenta Adam, é a espectral "Desire", cantada por The Edge em falsete. "É bastante estranho e desafiador, e eu aceito isso, porque tem um baixo de teclado muito, muito pesado, o que é legal. Não é realmente a maneira que eu esperava ouvir "Desire", mas certamente vou pegar aquela parte do baixo de teclado. Eu adorei isso".
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