The Age - Austrália - 23 de Fevereiro de 1998
U2 se une em campanha pela 'alma do país'
Bono pode não querer discutir os pontos mais delicados dos direitos à terra, mas descobriu que não poderia ignorar o apelo de uma multidão.
"A luta para mim não é sobre a lei ou os direitos à terra, é sobre a alma do país", disse ele aos fãs e defensores do título nativo.
Bono, The Edge, Larry Mullen e Adam Clayton - levantaram as mãos em defesa do título nativo durante sua turnê nacional.
As estrelas irlandesas se juntaram às 100.000 mãos já levantadas em apoio à reconciliação aborígine e ao título nativo como parte da campanha Sea Of Hands nos Jardins do Tesouro.
Embora Bono tenha declarado que a Austrália é o "lugar mais extraordinário do mundo", ele não afirmou entender as complexidades do debate sobre os direitos à terra. "É um grande negócio, mas não queremos fazer um grande alarde porque somos irlandeses e somos estrelas pop. Viemos de um ponto de vista leigo", disse ele.
Bono disse que embora os irlandeses soubessem apenas "um pouco sobre a luta pelo título de terra", era óbvio que as pessoas mereciam direitos à terra.
"Se você quer ter um futuro do qual todas as pessoas se sintam parte, às vezes você tem que lidar com o passado”, disse ele.
A banda se juntou à campanha a pedido dos australianos do Native Title Group, que exibiram pela primeira vez as mãos coloridas de papelão em um protesto do lado de fora do Parliament House em Canberra em 1997.
Após o discurso improvisado de Bono, a banda foi para Brisbane para a próxima etapa de sua turnê.
Outras causas usaram o show da banda em Melbourne no Waverley Park. Tanto a Anistia Internacional como a Greenpeace montaram bancas, enquanto Bono fez uma referência passageira sobre o Timor-Leste.
Os fãs de Perth assistiram ao primeiro show da turnê australiana do U2 e a banda encerrará sua turnê no Sydney Football Stadium.