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terça-feira, 12 de dezembro de 2017
U2 escreve carta para a Câmara Municipal de Dublin incentivando para retirarem o 'Freedom Of Dublin City' de Aung San Suu Kyi
No livro U2 BY U2, The Edge explicou: "Realmente foi uma grande honra receber o 'Freedom Of Dublin City' no ano 2000. E na mesma cerimônia, uma acadêmica birmanesa chamada Aung San Suu Kyi foi homenageada na sua ausência. Eu particularmente, não tinha ouvido falar nela antes, mas fizemos um grande esforço para descobrir quem era ela. E foi aí que nós aprendemos a incrível história dessa acadêmica birmanesa baseada na Universidade de Oxford na Inglaterra, que sentia que deveria voltar para Burma para se opor ao brutal regime militar no seu país, mesmo sabendo que estaria arriscando a sua vida e deixando o seu marido e a sua família para trás. Ela se tornou líder da National League for Democracy (Liga Nacional para Democracia) e, apesar de ter sido presa e mantida isolada por anos, ela conseguiu mais de oitenta por cento dos votos nas eleições democráticas de 1990 em Burma. Ela foi mantida numa prisão virtual. Ela se tornou o assunto da nossa música "Walk On"."
Agora, em uma carta assinada por Bono, The Edge, Larry Mullen Jnr. e Adam Clayton, eles escreveram para a Câmara Municipal de Dublin, autoridade responsável, para incentivar eles à retirarem o 'Freedom Of Dublin City' de Aung San Suu Kyi, dizendo que ela "traiu os princípios pelos quais ela era tão reverenciada". O prêmio foi dado na verdade em 1999. Suu Kyi estava sob prisão domiciliar naquele momento e o prêmio foi recebido por seu filho na ocasião, antes de recebê-lo pessoalmente em 2012.
Bob Geldof devolveu o Freedom Of Dublin dele, já que ele não quer ser associado à Aung San Suu Kyi. A Câmara criticou a atitude dele.
Ao contrário de Geldof, o U2 não pediu que eles fossem retirado desta honra, o que definem como "de longe o que mais significa para nós".
Em vez disso, eles dizem que remover a honra de Suu Kyi enviaria uma "mensagem forte em defesa dos direitos humanos".
A CARTA DO U2 NA ÍNTEGRA
Caro Conselho, nós escrevemos como partidários de longa data da Anistia Internacional, e como beneficiários extremamente orgulhosos do 'Freedom Of Dublin City'. Nos lembramos claramente do dia em que recebemos essa honra ao lado de Aung San Suu Kyi, cujo filho Kim aceitou em seu nome.
O dia foi um muito especial para nós, em primeiro lugar, porque Dublin é a nossa cidade natal. Dos vários "prêmios" - merecidos ou não - que temos tido a sorte de receber ao longo dos anos, este é de longe o que mais significa para nós. Também era especial porque tínhamos ficado comovidos pela força e a fortaleza mostrada por Aung San Suu Kyi na então Birmânia. Nós estávamos fazendo campanha para sua libertação e estávamos orgulhosos do reconhecimento de Dublin de sua coragem, e de seus colegas, para promover a democracia incipiente contra todas as probabilidades... contra um dos regimes mais brutais dos tempos modernos.
Assim, nos entristece estar escrevendo para vocês hoje, para discutirem sobre os acontecimentos recentes em Mianmar, e decidirem se isso merece a revogação da honra que vocês concederam a ela.
Acreditamos que sim.
Vocês tem os mesmos fatos que nós temos, que indicam que a violência deliberada e brutal, violação, e assassinato estão sendo usados para expulsar o Rohingya do Estado de Rakhine. Esta perseguição foi autorizada e liderada por Min Aung Hlaing, chefe do exército de Mianmar. Embora Aung San Suu Kyi não tenha capacidade para controlar os militares, ela tem a responsabilidade de condenar suas ações.
O governo civil que ela conduz é responsável por todos em seu país, e não importa o quão difícil é a sua posição, ficar parada enquanto meio milhão de vidas e meios de subsistência são deliberadamente dizimados pelas forças armadas de Myanmar é além da compreensão. Martin Luther King Jr. disse: "A tragédia máxima não é a opressão e a crueldade das pessoas más, mas o silêncio sobre isso pelas pessoas boas."
A decisão de quem deveria e não deveria ter essa honra está com vocês. Mas nos sentimos compelidos a escrever, dada a nossa história com vocês, e com Aung San Suu Kyi. Acreditamos que o seu fracasso em defender os direitos do Rohingya constitui uma traição aos princípios para os quais ela foi tão reverenciada... e para a qual recebeu o 'Freedom Of Dublin City'. A Cidade de Dublin enviou uma mensagem muito forte em defesa dos Direitos Humanos em 1999, e acreditamos que uma mensagem igualmente forte em defesa dos direitos humanos é tão importante agora.
Obrigado pelo seu tempo
Bono, The Edge, Larry Mullen Jr e Adam Clayton
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