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quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

+ Andy Barlow + 'Songs Of Experience'


Mais uma entrevista do produtor de 'Songs Of Experience', Andy Barlow (que também faz parte do Lamb), desta vez para o Xsnoise.com

"Eu acho que trabalhar por alguns meses com o U2 e ajudá-los com o seu show tem traduzido em como o Lamb toca ao vivo. Não em relação a produção do que o U2 está fazendo, nem perto disso, mas em relação a um show teatral, com dinâmica, mudanças de figurino e iluminação.
Quando marquei de me encontrar pela primeira vez com o U2 em Mônaco, onde foi me oferecido um período de experiência, meu vôo da Rússia para lá atrasou cerca de 6 horas. Quando pousei, meu assistente me ligou dizendo: "Bono está aqui, ele está andando de um lado para o outro esperando por você". Antes mesmo de conhecê-lo, eu já estava atrasado. Seu empresário (Guy Oseary) me disse: "Normalmente, Bono não lida bem quando as pessoas estão atrasadas". Mas ele estava bem, ele foi um cavalheiro, e nós conseguimos um boa sintonia na primeira reunião. Eu perguntei: "Ok, então, o que você gostaria de fazer?" Ele disse: "Eu acho que quero fazer alguma poesia". Então eu montei um microfone e Bono veio e estava tudo configurado para ele fazer sua poesia, quando ele disse: "Eu tenho outra ideia, vamos fazer isso." Então, eu aprendi logo cedo que o que quer que seja que você prepare para Bono, no momento em que ele entra no estúdio, ele tem algo mais acontecendo em sua mente, e você acaba fazendo outra coisa. Então eu tive que deixar de ser organizado e preparado.
Se você acha que sabe como as bandas gostam de trabalhar, e depois começa a trabalhar com o U2, então você percebe que não sabe nada. Você nunca pode realmente planejar seu dia porque cem ideias estão surgindo na sala. Você apenas tenta ver qual abordagem seguir, caso contrário, você passa seu dia todo ficando sobrecarregado com o número de ideias. Uma coisa que fiquei espantado no primeiro dia foi que os caras estavam abertos para uma direção, mesmo durante o período antes da confiança, onde você tem que pisar com cautela. Com o U2 foi surpreendente, especialmente com Bono. Parecia ser ego zero em relação a ele dizendo: "Nos diga o que você pensa, o que você faria, qual destes versos você gosta, o que devemos fazer neste momento?"
Havia uma inclusão real e abertura de novas ideias que era fascinante, e eu não estava esperando isso, com toda a honestidade. Escrever com a banda, especialmente com Edge e Bono, é como as coisas de Lennon e McCartney que são muito opinativas e totalmente diferentes em relação aos estilos e como eles conseguem ideias. Com Edge, ele pensa através, e você pode ver sua mente trabalhando, mas com Bono, ele fala do topo de sua mente e trabalha muito mais em um palpite e sentimento.
Eu trabalhei em cinco faixas no álbum, e a primeira faixa é "Love is All We Have Left", que eu sou o único produtor e mixer nela, assim como em "Book Of Your Heart". Em "Red Flag Day", "Landlady" e "Little Things That Give You Away", eu sou o produtor, mas também trabalham nelas outros produtores. Essa foi outra coisa louca, eu nunca havia trabalhado com outros produtores em um mesmo disco.
No início, cada produtor tinha suas canções, e nenhum se desviava para a canção de outro. Mas isso foi só no início, e em seguida, no meio do caminho, notei que minhas partes começaram a surgir em outras versões das músicas de outros produtores, e mais tarde, tornou-se "fonte aberta". Todos estavam usando partes uns dos outros, tornando nossas, ajudando em outras. Essa foi a parte mais desafiadora da gravação."
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