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segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

The Edge e Adam Clayton fazem revelações ao The Sun sobre 'Songs Of Experience'


Não teve nada a ver com o seu acidente de bicicleta em Nova York ou sua aparição nos documentos Paradise Papers. É literalmente sobre uma questão de vida ou morte.
Em suas notas para 'Songs Of Experience', o novo disco do U2, Bono menciona uma "toque com a mortalidade", um susto com sua saúde que o levou ao núcleo do disco.
"Eu passei por experiências chocantes que me fizeram me agarrar a minha própria vida como uma tábua de salvação", ele escreve. "É uma experiência impressionante. Eu fui arrebatado."
Ele descreve "de cara pra parede com minhas mãos acima da cabeça, autoridades gritando para eu não me mover".
A vida continua para Bono, aos 57 anos de idade, ainda que se sinta tão vulnerável. Bono continua firme em não revelar detalhes sobre seu trauma com corpo e mente. "Eu não vou me prolongar nisso ou sobre isso. Eu não quero dar um nome para isso. Em um mundo de reality show de maior ou menor melodrama eu posso poupar todo mundo disso."
Então fica claro que 'Songs Of Experience' se tornou um álbum diferente devido ao que aconteceu com ele.
Embora ele agora se sinta "ótimo, mais forte do que nunca", ele sugere que as músicas tenham um ímpeto atrás delas que demonstram "a turbulência que eu sentia no momento da escrita".
O álbum reflete uma crise de fé em Bono que ele teve "que lutar ainda mais por isso" e reconhece um mundo mudando em seu eixo político, onde os extremos estão substituindo a tolerância, onde a democracia está sob cerco.
A costa oeste, referenciada em "Summer Of Love", por exemplo, não está situada na familiar e opulenta costa americana, mas no Mediterrâneo, onde o conflito sírio alimenta a devastadora crise de refugiados da Europa.
O The Sun conversou por telefone de Londres, com The Edge e Adam Clayton. Eles estão entusiasmados com o novo álbum, mas reconhecem o estresse recente em seu vocalista.
The Edge diz: "Nós estávamos correndo para finalizar as músicas de 'Songs Of Experience' e lançá-lo no final de 2016. Pensávamos que estava quase finalizado... mas depois aconteceram algumas coisas. Brexit e as eleições americanas lançaram uma luz completamente diferente sobre tudo e Bono estava passando por questões com sua saúde que eram bastante profundas. Ele não estava fisicamente bem e estava em uma posição onde ele queria reconsiderar as letras. Com o clima no mundo, o álbum naquele momento seria lançado com letras pessoais nossas, e não achamos que aquilo seria correto."
Adam Clayton diz: "Estamos entrando nesse período em nossas vidas onde as pessoas podem morrer de repente. Elas começam a ficar doentes e você pensa: 'Meu Deus, não acreditei que isso poderia acontecer com nossa geração'. Chega um momento em que temos que cultivar um sentimento de gratidão por estarmos todos aqui ainda e talvez não ter expectativas enormes sobre a próxima semana ou o próximo mês ou o próximo ano. A história desta banda é preciosa e percebemos que não devemos nos separar, não devemos morrer e que o legado do que fazemos deve continuar."
Há "cartas afetivas" para a esposa de Bono, Ali, como "Landlady". O termo "senhoria", você pode pensar que é um título um pouco estranho para a canção, mas é usado porque Ali pagou seu aluguel, enquanto quatro garotos esperançosos viajavam em uma van buscando o sucesso do U2.
"Get Out Of Your Own Way" é preenchida com as esperanças e medos de um pai apaixonado por suas filhas Eve e Jordan, completando uma coda dirigida a si mesmo.
Também para ele mesmo há uma carta: "The Little Things That Give You Away".
"Love Is Bigger Than Anything In Its Way" dá conselhos emocionantes para seus filhos Elijah e John, e Adam Clayton diz que ela tem a clássica vibração de 'Father And Son' de Cat Stevens.
"The Showman (Little More Better)" abord a legião fiel de fãs do U2.
Duas músicas têm a palavra "luz" no título, "Lights Of Home", que traz a banda Haim e "13 (There Is A Light)", e Adam Clayton diz: "Há muitas músicas sobre a luz no repertório do U2. É uma imagem de fé e obviamente pessoas que têm experiências de quase-morte descrevem ver uma luz brilhante. Então, esses são temas que estão sendo falados no disco".
"Lights Of Home" não poderia deixar isso mais claro em sua abertura. "Eu não deveria estar aqui porque eu deveria estar morto. Posso ver as luzes na minha frente."
"The Blackout", revela The Edge, começou como uma música sobre o acidente de bicicleta de Bono, mas ela foi reescrita para explorar o colapso da democracia.
"American Soul", uma das duas canções com a participação do rapper Kendrick Lamar, traz uma mensagem de Bono já familiar para os fãs do U2, que o EUA não é apenas um país, mas uma ideia, que está severamente comprometida.
Sobre "Red Flag Day", The Edge revela: "Ela estava na pilha de canções que não fizeram parte do disco, mas no início deste ano pegamos ela e demos prioridade, porque havia algo muito poderoso nela."
Apesar de evocar uma sensação de desconforto, o álbum é notável pelo sensação boa da sonoridade de muitas faixas. "Eles são músicas adequadas", concorda The Edge. "Embora certas músicas sejam bastante intensas, uma característica deste registro é que é muito acessível, tem muita vitalidade e poder melódico. Se elas não acabarem se tornando músicas sendo tocadas pelos pianistas do lounge do Holiday Inn Lounge daqui 20 anos, ou se tornando músicas tocadas em elevadores, então nós vamos ter falhado. Queremos que essas coisas entrem na linguagem."
Adam Clayton diz que 'Songs Of Experience' está sendo falado pelo mundo, de forma "positiva, se firmando". "Todos nós sentimos que não estamos acabados. Há muita gente por aí que acha que você não consegue mais fazer rock n roll depois dos 35 anos de idade, mas isso não é verdade. Você pode ser muito subversivo na idade adulta. O adolescente era uma invenção dos anos cinquenta e o foco estava na expressão adolescente. Esquecemos que todo mundo também tinha experiências valiosas. Houve uma tentativa de olhar para trás em nossa posição, que é rarefeito em muitos aspectos, mas também há humanidade em nossa experiência compartilhada. Aos 57 anos, você vê o tempo à sua frente, de maneira diferente do tempo que está atrás de você."
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