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quinta-feira, 13 de abril de 2023

"O U2 é o que a igreja deveria ser"


Depois de alguns tempos irregulares e alguns quase fracassos com gravadoras, Paul McGuinness fechou um acordo com a Island Records em 1980 que permitiu uma quantidade incomum de independência criativa ("Eles tiveram que aceitar o disco sem qualquer dúvida"), e o U2 lançou seu primeiro álbum, 'Boy'. 
Nesse mesmo ano, eles fizeram sua primeira visita à América, abrindo em Boston para uma banda a qual Bono chama de "algum renome local. Começamos a tocar, e todas as pessoas começaram a se levantar, virando as mesas. O lugar estava lotado. O vapor escorria do teto e eles não nos deixavam sair do palco. Tivemos um, dois, três bis. Eu apenas olhei para Edge e disse: 'Ei, uau, se isso é a América, quero mais! É isso!'" 
Quando as estrelas principais da noite finalmente chegaram ao palco, o clube estava vazio.
O U2 levaria mais alguns anos e mais dois álbuns antes que pudesse aumentar o frenesi de Boston em todo o mundo e criar a primeira música que pudesse se tornar seu hino. Aquela era "Sunday Bloody Sunday" de 'War' de 1983, uma música sobre o calor divisivo e a violência cega da Irlanda moderna que não agradava a nenhum dos lados. 
Um ano após o lançamento de 'The Joshua Tree', a Island, detectando vibrações sísmicas, renegociou o contrato da banda com Paul McGuinness. "Agora o U2 está em uma posição absolutamente única", o empresário relatou. "Eles são donos de todas as músicas que já escreveram, e sempre serão".
E era em Bono, porém, que todos os olhares se fixavam. Ele carregava o show. Sempre havia sido assim, desde os primeiros dias da banda em Dublin durante o turbilhão punk. "Eles eram muito ruins", admite Paul McGuinness. "Mas não eram as canções que eram a atração. Era a energia e o compromisso com a performance que eram fantásticos mesmo naquela época. Bono corria por aí procurando pessoas para encontrar seus olhos".
Uma vez encontrados, aqueles olhos eram bem lembrados. Eles se prendiam para sempre enquanto ele viaja pelo palco como uma perpétua pantera à espreita. Sua presença não era especificamente sexual, mas era intensamente sensual e dava peso às suas excursões líricas. Também dava à espiritualidade e ao frequente simbolismo cristão das canções uma base bem-vinda nas delícias terrenas. "O show deles é o melhor que existe", comentou T Bone Burnett, guitarrista e produtor musical de grande habilidade. "O U2 é o que a igreja deveria ser". 
Para que tal elogio não se tornasse um pouco pesado, Larry Mullen refletiu: "No final do dia, é apenas rock 'n' roll".
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