Taylor Hawkins, baterista do Foo Fighters, morreu aos 50 anos. A notícia foi divulgada pela banda nas redes sociais. A causa da morte não foi divulgada. De acordo com a emissora colombiana Caracol, ele foi encontrado sem vida no hotel nesta sexta feira em Bogotá onde a banda se hospedava para um show na noite de ontem.
"A família Foo Fighters está devastada pela trágica e prematura perda de nosso amado Taylor Hawkins", escreveu o grupo.
"Seu espírito musical e riso contagiante vão viver conosco para sempre. Nossos corações vão a sua mulher, filhos e família, e pedimos que sua privacidade seja tratada com o máximo de respeito nesse tempo de dificuldade inimaginável".
Segundo comunicado do festival colombiano Estéreo Picnic, onde a banda se apresentaria, o Foo Fighters cancelou o resto da turnê sul-americana. Eles tocariam no Lollapalooza Brasil.
Hawkins se juntou ao grupo liderado por Dave Grohl em 1997, depois de dois anos atuando como baterista de Alanis Morissette.
Ele substituiu William Goldsmith, que pediu demissão do cargo após um desentendimento com o vocalista. Depois de gravar o segundo disco, 'The Colour and the Shape', Grohl não estava satisfeito com a participação de Goldsmith e refez todas as suas partes escondido.
Sem um baterista, o cantor (e ex baterista do Nirvana) pediu a Hawkins por uma recomendação de um substituto, e foi surpreendido quando o músico se ofereceu.
Apesar de se juntar aos demais algum tempo depois da formação da banda, com os anos ele se tornou uma parte integral do conjunto, participando de todos os discos desde então.
Ao longo da carreira, enquanto o Foo Fighters estava em hiato ou ocasiões parecidas, Taylor participou de outros projetos. Entre eles estão o Taylor Hawkins and the Coattail Riders, no qual tocava bateria e cantava, e sua banda de covers, a Chevy Metal.
Atualmente, ele ainda formava o NHC, uma superbanda que teve início durante a pandemia, com Dave Navarro e Chris Chaney, do Jane's Addiction.
Em 2014, Taylor Hawkins disse que tinha um ódio especial pela canção do U2, "Discothèque". Falando ao site de entretenimento The A.V. Club, em sua seção "Hatesong", Hawkins se lembrou bem o que sentiu a primeira vez que ele ouviu a faixa em 1997: "Meu irmão e eu estávamos assistindo MTV e eles disseram, 'nós teremos a estréia mundial de uma nova música e vídeo do U2 hoje' e eu esperava que seria algo mais próximo ao antigo, ou seja, 'Achtung Baby' estava bom. Eu esperava que fosse algo como aquele narcisismo irônico que fizeram em 'Achtung Baby'. Então veio essa canção "Discothèque" e eles estavam fazendo aquela dança do Y.M.C.A e outras merdas no vídeo. Meu irmão e eu estávamos sentados assistindo-o e dizendo 'O que está acontecendo?'"
Para Taylor, o ódio não era apenas sobre a música em si – mas também a mudança musical e cultural que Bono afirmou que ela representava. "Naquela mesma época, quando estávamos tentando dar a volta e ser ainda uma banda de rock, Bono sai por aí dizendo: 'Oh, rock & roll está morto e tudo agora é música dance', e nós ficamos tipo: 'Foda-se, cara! O Rock & roll não está morto! Vai se foder, U2!"
Mas Taylor confessou ser um amante da música do U2. "Seus primeiros quatro álbuns foram muito importantes para eu crescer como músico, inclusive quando eu tinha 10 ou 12 ou 14. Boy, October, War, The Unforgettable Fire e The Joshua Tree, esses registros foram parte do meu DNA musical.
Acho que "Vertigo" é uma grande música de rock & roll. Eu amo essa música e "Beautiful Day" é uma grande canção pop-rock, e que está voltado mais para aceitar o que eles são como uma banda. Uma banda com o coração nas mangas, você sabe? Bono está alcançando os alicerces emocionalmente. Eu prefiro isso fora do U2".
Taylor Hawkins em 2014 foi um dos músicos que comentou o controverso lançamento de 'Songs Of Innocence'. "Acho que eles devem ter pensado que foi uma grande ideia. 'É o seguinte: todo mundo que tem iPhone ganha o disco. E ganha de graça!' E provavelmente pensaram: 'Nossa, isso é bem legal!', mas eles não levaram em consideram o sentimento de Big Brother que meio que vem junto, tipo: ‘'Você tem o novo álbum do U2'. Você não conseguia se livrar dele, e tiveram que criar um aplicativo para apagá-lo, isso é péssimo".
Taylor ainda seguiu questionando: "O que aconteceu com o U2, cara? Não acho que as pessoas sejam tão aficionadas neles. Não sei se tem alguma legal nesse novo álbum. Escutei ele uma vez, mas estava tão amarrado a essa coisa Owerlliana, extremamente 1984, que soou como um 'peido' de qualquer forma que você ouvisse".
Em 2019, em um vídeo da BBC Radio 6 de uma masterclass de bateria com Taylor Hawkins; ele levou o público a uma visita guiada à bateria, conversando sobre sua infância, suas influências, os sons de sua bateria e como foi tocar bateria com Alanis Morissette e Dave Grohl.
Aos 33 minutos, Taylor tocou um trecho de "Sunday Bloody Sunday" do U2 e falou sobre Larry Mullen: