Rock in Rio, Hollywood Rock, Rolling Stones em Copacabana, U2, Stevie Wonder, Elton John. A lista é enorme e todos eles têm um nome em comum: Luiz Oscar Niemeyer, o produtor que esteve ligado a shows e festivais realizados no Brasil a partir da década de 1980.
Niemeyer, sobrinho do famoso arquiteto, aproveitou este tempo de pandemia e resolveu contar suas histórias no showbiz no livro Memórias do Rock (Editora Francisco Alves).
Até o ano da realização do primeiro Rock in Rio, em 1985, shows internacionais no Brasil eram raridade: Alice Cooper, ainda nos anos 1970, Queen (1981), Van Halen (1983), The Police (1981) e Kiss (1983).
Os motivos eram vários: calotes, infraestrutura (palco, som e luzes) ruins, a distância. A partir do evento criado por Roberto Medina, a coisa começou a mudar. E Luiz Oscar Niemeyer teve um papel fundamental neste processo, ao longo dos anos.
Em 2006, os The Rolling Stones estavam vindo pela terceira vez ao Brasil, desta vez para o histórico show na praia de Copacabana.
Já com o show dos Stones programado, Luiz Oscar foi procurado pela gigante Live Nation, interessada em trazer o U2 para fazer uma única noite com os Stones. A proposta foi descartada, mas a Live Nation insistiu: era o único final de semana disponível na agenda do U2 e, caso ele não aceitasse, eles iriam fazer o show no Maracanã, virando uma concorrência forte. A solução foi aceitar produzir o show do U2, mas em outra cidade, São Paulo.
Para o show do U2, foi acertado o patrocínio com uma rede de supermercados. O problema é que este patrocinador reservou todos os lugares do anel intermediário do Morumbi para vender um kit que incluía, além do ingresso, uma camiseta, CD e transporte para o estádio, pelo triplo do preço do ingresso normal. Ou seja, o patrocinador seria cambista. Tudo isso ia contra as cláusulas contratuais com a banda e, sob ameaça de cancelamento dos shows, o patrocinador teve que recolher os kits.