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quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Primeira vinda do U2 ao Brasil em 1998 teve dois contratos diferentes


Janeiro de 1998. Nos palcos brasileiros, o U2 estava ganhando, por minuto, o mesmo que um trabalhador que recebia o salário mínimo acumularia em 62 meses se não gastasse um centavo.
Quanto valia o show do U2? R$ 969 mil. Era essa a quantia que constava no contrato referente ao cachê da banda para cada um dos três shows no Brasil.
Isso descontados custo de produção, lucro da empresa e salário dos técnicos - que, aliás, receberam R$ 427.500 pelas três apresentações.
Bono, The Edge, Larry Mullen e Adam Clayton receberam R$ 2.907.000 - a conversão em reais de US$ 2,5 milhões. Era o maior cachê já pago para um artista no país.
E ainda havia pontos não explicados. A Folha de São Paulo apurou que o contrato firmado entre os representantes do U2 e os organizadores brasileiros teria quatro "subcontratos": um com o cachê da banda, um com o cachê dos técnicos, outro com os custos de produção e o quarto com o lucro da empresa TNA, responsável pela turnê.
O problema é que, no Brasil, o contrato que apareceu na véspera do shows era diferente. Dele só constavam os cachês para músicos e técnicos. E tudo resumido a 17 páginas (nove dedicados a banda, oito páginas relativas ao pagamento dos técnicos do grupo).
Por esse contrato, o pagamento à banda deveria ser efetuado em uma conta corrente da agência de Nova York do Banco Marine Midland, cuja sede ficava nos EUA.
Como é praxe em operações do tipo, a remessa de dinheiro para o exterior tem de ser registrada no Banco Central.
Nesse contrato também estava prevista a possibilidade de uma apresentação extra do grupo no Brasil - o que chegou a ser cogitado inicialmente pelos organizadores brasileiros.
Se isso ocorresse, os promotores teriam que desembolsar mais R$ 1.111.500 - sendo R$ 969 mil para os quatro membros da banda e o resto para sua equipe.
Com esse valor, o grupo passaria a ostentar o título de maior cachê já pago no país.
Só para relembrar. Pelo contrato apresentado no Brasil, oRolling Stones, o último megashow que havia passado por aqui, teria recebido R$ 215 mil de cachê - e desse valor não estão descontados os custos de produção, salários dos técnicos e tudo mais.
Cada um dos quatro integrantes do Kiss recebeu R$ 1.375 pela apresentação que a banda fez para 30 mil pessoas no Pacaembu, durante o Phillips Monsters Of Rock. Ou seja - se os dois contratos corresponderam a realidade - o U2 se apresentou no país recebendo 176 vezes mais do que o Kiss.
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