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terça-feira, 7 de outubro de 2014

Leigh Bowery, o artista performático que dança no telão da turnê Popmart ao som do remix de "Lemon"


Durante a turnê PopMart do U2 nos anos de 1997/1998, a versão Perfecto Mix de "Lemon" era tocada no sistema de som, enquanto o artista performático Leigh Bowery aparecia no telão como um enorme travesti dançarina do ventre.
Na época dos shows, Willie Williams, o diretor de iluminação de palco e designer dos shows do U2, respondeu em um chat sobre isso: "A dança durante "Lemon" é um artista performático, chamado Leigh Bowery, que infelizmente já não está conosco (Bowery faleceu em 1994). Ele foi uma grande personagem na cena club de Londres por muitos anos e frequentemente saia em público como ele aparece no telão. Francamente ele fazia Boy George se parece com um contador."
A diretora de vídeo Monica Caston foi a responsável pela edição do video na época. Ela chegou a reeditar a seqüência de Leigh Bowery. Havia um pequeno trecho que ela retirou da sequência de vídeo original, por motivos de bom gosto. Leigh girava em torno de suas vestes muito escassas e levantava a perna, em um chute inverso para a câmera. Isto era extremamente revelador e francamente dava ao telespectador mais informações do que a maioria gostaria de ter.
Quando o U2 tocou no Sydney Football Stadium, em honra do Mardi Gras, Monica não apenas colocou este pequeno trecho de volta, mas ela colocou em loop, que se repetiu sem parar cerca de seis vezes. A multidão adorou.

Leigh Bowery nasceu em Sunshine, Australia, em 26 de Março de 1961 e depois de passar por diversas escolas, inclusive de música, matriculou-se no Royal Melbourne Institut of Tecnology, onde se especializou em Design. Presença marcante dos anos 80, designer de moda, ”locomotiva” da noite londrina, proprietário do clube Taboo, artista performático e cantor, criador da banda punk-retrô Minty, modelo do pintor Lucien Freud, Bowery tornou-se uma figura mítica. Inspirado em uma retórica da decadência e usando o próprio corpo como tela, Leigh parece ter sido uma réplica viva da frase de Oscar Wilde: “fazer de sua vida uma obra de arte”.


Em 1988, descobriu que estava soropositivo, segredo guardado a sete chaves. Continuou a trabalhar normalmente.
Embora nunca houvesse escondido sua homossexualidade, seis meses antes de morrer se casou com Nicola Bateman, amiga de toda a vida, namorada e colaboradora. Morreu, em consequência de uma meningite em 31 de Dezembro de 1994.
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