O site U2 NEWS disponibilizou a matéria na íntegra da edição de novembro da Revista Rolling Stone americana, com o U2 estampando a capa.
Depois de deixar de lado alguns experimentos, como gravações "estilo clube" com o colaborador de Lady Gaga, RedOne, e outros produtores pop ("O trabalho que fizemos com RedOne foi muito, muito emocionante, mas eu não tenho certeza de que era a essência em que U2 é bom", diz Adam Clayton), o U2 conheceu Brian "Danger Mouse" Burton, em 2010. "Foi realmente um momento inspirador, essas primeiras sessões com Danger Mouse", diz The Edge, "aquele momento em que você tenta para saber se você pode trabalhar em conjunto. Começamos um par de canções naqueles primeiros dias, que acabaram no álbum." Sorri. "Claro, elas fizeram algumas viagens."
Enquanto canções atrás de canções surgiram nas primeiras sessões, a banda se atreveu a sonhar que poderia ser mais fácil desta vez. "Eu me senti muito bem no início", diz Mullen. "Merda, isso está funcionando. Vamos voar por essas coisas." "Eu estava errado".
Em todo caso, eles começaram a suspeitar do quão bem eles estavam fazendo. "Eu tinha um frescor incrível", diz Adam Clayton "mas o que acontece em nosso processo, e esta é a diferença entre, digamos, nós e os Rolling Stones, é, talvez, como os Stones dizia: 'Nós poderíamos terminar em seis meses, mas nós vamos fazê-lo nos próximos dois meses, e sair em turnê', e isso não é depreciativo em relação a eles. Enquanto isso, nós olhamos e dissemos: 'Seis meses para finalizá-lo? Não, ele vai nos tomar um ano.' Ele ri, "e quando você separa em camadas o material, coisas que soavam frescas começam a soar muito inocente, algo simples."
Os discos do U2 favoritos de Danger Mouse são 'Pop' e 'Achtung Baby', e ele apareceu para empurrar a banda para esta veia experimental.
Em 2013, a banda teve um conjunto de canções que poderiam ter sido lançadas, aparentemente com guitarras suaves, eletrônica pesada, com refrões estranhamente sutis. “Sleep Like A Baby Tonight” é a sobrevivente com estas características.
"Nós amamos assumir riscos e trabalhar com novos parceiros, porque é assim que você forja o próximo capítulo da história", diz The Edge. "Mas então percebemos que: 'OK, na verdade, nós não entregamos o que você poderia chamar de a marca característica do nosso trabalho, a grande música.' Nós estávamos mixando em Nova York e dissemos: 'isso é bom, mas ainda temos algum trabalho a fazer aqui'."
Danger Mouse partiu para trabalhar com Broken Bells, seu dueto com James Mercer do The Shins, e o U2 trouxe Epworth e Tedder, junto com o co-produtor de Zooropa, Flood, e o engenheiro de som e produtor irlandês Declan Gaffney.
Os discos passados do U2 se beneficiaram de perspectivas contrárias, opostas, por exemplo, o ouvido de Eno para a atmosfera contra o radar de Steve Lillywhite para hits. Intencionalmente ou não, eles recriaram esta dinâmica para 'Songs Of Innocence': Danger Mouse moldou-se como um produtor, de autoria, mas a banda e seus novos parceiros não se contiveram em mudar suas canções. "Eu tenho o maior respeito por Danger Mouse", diz Tedder. "Bono foi muito direto. Nos disse: 'É assim que funciona. Você vai fazer o que você tem que fazer e fazer o melhor que puder, e então é mais do que provável que o seu material vai ser arruinado por outra pessoa. "Então, eu hesitei por, digamos, cinco segundos e, em seguida, Edge disse: 'Cara, destrua, mexa. Faça o que quiser."
Burton voltou para algumas sessões finais; Larry Mullen disse que o produtor foi surpreendido com o que ouviu, e ficou para ajudá-los a terminar. "Retornar e ouvir coisas que começou, sendo mudadas", diz Mullen, "e sentir que talvez deveria ter feito um pouco diferente, é preciso um certo grau de humildade. Ele foi muito simpático, tomou a iniciativa e disse: "Se este é o caminho que estão indo, há uma versão diferente que pode funcionar melhor."
O acordo com a Apple deu ao U2 o que precisavam: um prazo para finalizar o disco. Muitas das canções deram grandes saltos no final. "Foi uma viagem muito emocionante nas últimas semanas", diz Declan Gaffney. "Todas as peças começaram a se encaixar, ganhou um certo nível de clareza que não se conseguia ver, e então pudemos dizer: acabou!"