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quinta-feira, 13 de outubro de 2016

"Gloria" na interpretação de Steve Stockman


Steve Stockman, autor do livro 'Walk On: A Jornada Espiritual Do U2', em seu blog Soul Surmise:

Lembro-me muito o segundo quando eu coloquei a agulha para baixo em "Gloria". Foi meus primeiros segundos ouvindo o U2. Uau! Era como uma descarga de adrenalina bombeando através de minha alma. Aquilo foi uma explosão de som de rock espiritual que expressa toda a vibração da minha fé de adolescente. Eu era um peregrino a caminho!!!
Gloria não era uma palavra nova no cânone do rock. Van Morrison tinha escrito uma canção de dois minutos em Belfast, 100 milhas ao norte da Dublin do U2, quinze anos antes. Ela se tornou uma canção que, em alguns sentidos, encapsula a década de 60. Naquele estágio, o U2 poderia ter sido mais influenciado pelo retrabalho de Patti Smith do que de Morrison, embora o que estavam fazendo com uma canção de mesmo nome era o que Morrison faria um par de anos mais tarde, em discurso desarticulado do coração.
"Gloria" do U2 não era sobre uma garota, como a canção de Morrison. Era sobre Deus, que Morrison agora estava cantando sobre. Foi uma tentativa de articular a adoração a uma presença transcendente que é muito difícil de fazer. O mistério de Deus é difícil de capturar, confinar e definir. Mesmo na Bíblia, escritores como Jeremias do Apóstolo João pode começar frases com 'Foi como...' tentando achar imagens para fazer justiça a Deus.
Foi neste ponto que o U2 estava mais imerso na comunhão cristã Shalom.
Quando conversei com o amigo de escola do U2 e colega do Shalom, William MacKay, ele falou sobre a espontaneidade das sessões de gravação de 'October'. William me contou que as sessões de gravação, muitas vezes tinham diversas pessoas do Shalom em torno e o culto estava acontecendo continuamente.
Há uma exuberância da juventude cristã que é combustível para "Gloria" e todo o disco e aquela sensação de louvor espontâneo e a necessidade de entrar em uma outra língua para expressar a intensidade espiritual, é evidente aqui.
Quando Neil McCormick, outra amigo de escola, mas não membro do Shalom, escreveu as notas do encarte do CD remasterizado de 'October' lançado em 2008, ele mencionou como os ensaios das músicas foram feitos em sua antiga escola Mount Temple e eu me pergunto se são estas memórias que William conta. Que seja, 'October' é um documento da fase da história cristã.
Há ainda outro fator no trabalho aqui. Quando estava nascendo este álbum, o U2 se perguntava se havia um lugar para os cristãos na indústria do rock. Alguém no Shalom sentiu que Deus estava dizendo para a banda desistir da música. Havia uma briga real acontecendo, especialmente com Bono e Edge sobre se eles foram chamados por Deus para serem estrelas do rock.
Em "Gloria" é possível ouvir a sua busca vocacional – "somente em você que eu me completo" e "se eu tivesse alguma coisa eu daria isso para você." Eventualmente o U2 concluiria sua vocação como sendo o rock, e o tempo mostrou à eles que tinham razão. O que seria da música rock se eles tivessem escolhido a opção errada? Que vidas eles estariam tendo se tivessem seguido um caminho diferente?
"Gloria" é um hino poderoso. Você imagina se Bono e Edge tivessem dado ouvidos à profecia de desistirem da música?
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