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sábado, 5 de agosto de 2017

"Sad": a canção escrita pelo U2 junto com o Virgin Prunes


Gavin Friday, grande amigo de Bono desde a infância, comentou: "Uma das primeiras coisas que o Virgin Prunes escreveu, foi algo que fizemos com o U2, uma canção chamada "Sad". Ela nunca foi gravada por nenhuma das duas bandas. Desta colaboração, tomamos a frente com "Boy-Girl", de 1979.
Pegamos o título e escrevemos duas músicas em separado. Uma estava lidando com bi-sexualidade e coisa do gênero, enquanto outra falava de uma forma mais convencional de amor".

No livro U2 Show, Gavin deu mais detalhes sobre os primeiros anos do U2, e voltou à falar de "Sad"! Confira nesta tradução de Maria Teresa que está no Blog U2 Vision Over Visibility:

"Eu conheço o Bono e o U2 há muito tempo. Nós até tocamos juntos algumas vezes. A primeira performance da minha banda, The Virgin Prunes, foi com o Guggi, outro cantor (e agora artista plástico), acompanhado pelo U2 incógnito. Nós então nos desenvolvemos como músicos - alguns deles formaram uma banda excelente chamada The Hype. Dick, o irmão mais velho do Edge, virou nosso guitarrista principal. Um dos primeiros lugares em que o U2 tocou regularmente foi o Hotel Sutton. Eles tinham que tocar por 1 hora e meia ou 2 horas, isso na época em que eles estavam começando a compor material próprio, mas ainda tocavam muitas versões cover. Às vezes, o Bono ficava cansado, e então eu entrava no lugar dele, cantava 2 ou 3 músicas e então Bono voltava. Havia uma música que as duas bandas escreveram juntas, e que se chamava "Sad", mas nunca foi gravada. Nós tocávamos uma versão dela, e o U2 também tocava a versão deles, e ocasionalmente o Guggi cantava com eles, e da mesma forma às vezes o Bono cantava conosco. O processo criativo entre nós ainda é interligado, e até mais do que era. Não há gravação que eu faça ou que eles façam sem que um ou outro de nós opinemos a respeito, porque nos entendemos e conhecemos uns aos outros muito bem.
Quando nossas bandas se formaram, no final dos anos 70/começo dos 80, do meu ponto de vista o que eu fazia musicalmente era muito mais controvertido e de vanguarda do que o puro rock´n´roll. Os Virgin Prunes era uma banda punk que fazia performances vanguardistas. Eu fiz parte do movimento punk de Dublin. Antes do punk, o rock´n´roll era coisa de elite na Irlanda. A ênfase era toda na música tradicional e nas show bands, e a única referência ao rock´n´roll era o Van Morrison. Com o advento do punk, chegaram os Radiators From Space e os Boontown Rats. As bandas jovens da nossa geração eram o U2, The Virgin Prunes, The Blades, e era muito difícil conseguir local pra tocar. Não havia lugares adequados para shows. O país era muito conservador. Um dos lugares de mente mais aberta ficava do outro lado da rua: o Projects Arts Center, dirigido pelo Jim Sheridan, o cineasta. Ele era bem receptivo às bandas punk. Os outros lugares eram as universidades - Trinity College e University College Dublin. Havia um lugar chamado McGonagles, que ficou famoso como palco de shows de punk rock, e outro, o Dandelion Market, que não existe mais. O U2 e Paul McGuinness tiveram a idéia de tocar aos sábados no Dandelion Market. Esses shows acabaram sendo lendários para o U2. O Virgin Prunes nunca tocou lá, no entanto. Nós éramos vanguarda demais. Nós assustaríamos o público local, e eu não estava interessado em apelo de massas.
Antes que nossas bandas existissem, no entanto, nós todos éramos amigos. Crescemos na mesma rua, e aos 13 ou 14 anos, nossso grande amor era pela música, e não pelo futebol que a maioria dos adolescentes amava na época. Nós falávamos sobre coisas ridículas, como formar bandas e fazer filmes. Sonhos e ambições de adolescentes. Nós éramos crianças muito determinadas. Quando o punk rock apareceu, trouxe pra nós algo interessante, nos deu licença pra formar bandas. Antes disso, eu sentia que era preciso quase ter um diploma pra formar uma banda. Antes do punk, havia um certo misticismo, "veja só, Eric Clapton é um gênio", como se o cara fosse de outro planeta. Mas o punk rock tinhas raízes nuas, tudo o que você precisava saber eram 3 acordes, e pra nós isso era algo como "Jesus! Nós podemos fazer isso!" Nós costumávamos compartilhar ensaios e equipamentos. Grandes amigos virando bandas de rock - uma comunidade unida. Nós ainda temos um grupo de 20 ou 30 amigos que andam juntos. Fica ainda maior quando você junta as namoradas, esposas e filhos. É como uma tribo. E é algo cultural também.
Nós todos começamos a viajar ainda muito jovens. Quando o U2 conseguiu seu contrato com a gravadora em 1980 e começou a excursionar pelos Estados Unidos, o Virgin Prunes começou a excursionar pela Europa, e então perdemos o contato que tínhamos como quando éramos vizinhos e colegas de escola. Essas viagens nos mantiveram no mesmo barco, porém com escalas muito diferentes sobre onde queríamos chegar. Você voltava depois de 6 meses na estrada, e tinha a oportunidade de compartilhar todas essas experiências. Bono é como um irmão pra mim. Ele e Guggi são os meus melhores amigos."
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