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terça-feira, 22 de agosto de 2017
Pessoas e empresas que compraram ingressos inexistentes para shows do U2 no Estádio do Morumbi pela 'The Joshua Tree Tour 2017' poderão ter o prejuízo minimizado
O São Paulo Futebol Clube entregou no Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) o pedido de abertura de inquérito sobre suposto esquema de venda ilegal de ingressos para shows no Morumbi. As denúncias provocaram a demissão de Alan Cimerman do cargo de gerente de marketing do clube. O ex-funcionário nega as acusações e afirma, por meio de seu defensor, Daniel Bialski, ter documentos que comprovam a lisura de sua atuação.
Porém, de acordo com Roberto Podval, criminalista contratado pelo clube, o prejuízo das pessoas e empresas que compraram os ingressos inexistentes foi de R$ 2 milhões. "Esse número pode aumentar, conforme novas vítimas aparecerem", disse ele.
Ainda conforme o advogado, a denúncia entregue à polícia se refere aos shows do U2, que serão realizados em Outubro, e ao de Bruno Mars, marcado para Novembro. Só uma empresa que teria sido lesada alega prejuízo de quase R$ 1 milhão na compra de ingressos para o evento de Bruno Mars, pela versão de Podval.
Também segundo o criminalista, o clube informou à polícia os nomes de um casal que agiria em conjunto com o ex-gerente. As identidades não foram reveladas por ele à reportagem do UOL. Parte dos ingressos teria sido vendida para uma empresa dos dois a preços mais baixos do que os reais. Então, teriam sido repassados por valores mais caros aos compradores. O lucro teria sido dividido com Cimerman.
A acusação diz ainda que o ex-funcionário vendia camarotes que não estavam disponibilizados (ou seja, os ingressos não existiam) diretamente e pedia que os compradores depositassem o dinheiro em uma conta corrente de um parente dele. Cimerman também nega essa ação.
Também na denúncia entregue ao Deic, há relato, segundo Podval, de falsificação de um recibo em nome de empresa responsável pelo show da banda irlandesa, para ludibriar os compradores dos ingressos inexistentes. Seria a prova de que os bilhetes tinham sido adquiridos. Cópia de um cheque nunca depositado por Cimerman também teria sido mostrada para as supostas vítimas como comprovante de compra dos ingressos. Vale se lembrar de que o gerente também nega essas acusações.
"Temos certeza de que ele vendeu o que não tinha. Houve crime de estelionato, falsificação de documentos e apropriação indébita. A polícia pode chegar a outras conclusões, como lavagem de dinheiro", por exemplo.
Após ser informado pelo UOL Esporte das denúncias, o advogado de Cinerman, Daniel Bialski, voltou a rebater os argumentos da defesa do clube. "Como ele pode vender ingressos, se ele não era o responsável por custodiá-los? E ele me explicou que sequer estava definido quem venderia (o clube ou a empresa responsável) os ingressos para os cessionários dos camarotes. Ademais, ao que eu sei, o clube não teve qualquer prejuízo financeiro porque nenhum ingresso foi cedido ou fornecido e todos os espaços e ingressos ainda serão vendidos. Acrescento que ele não vai e nem pode ser responsabilizado pela incompetência ou arrependimento de e com terceiros".
O clube trabalha para tentar minimizar o prejuízo das pessoas afetadas pelo suposto esquema de corrupção em seu departamento de marketing.
"Legalmente, o clube não tem a obrigação de ressarcir ninguém porque não foi o clube que fez isso. Uma das possibilidades é, por exemplo, vender camarotes para quem foi prejudicado descontando o valor que já foi pago. A ação foi de alguém contratado pelo clube e que teve a confiança da diretoria. Essa confiança acabou sendo traída", disse Roberto Podval.
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