Ontem, vários fãs do U2 na América Do Norte (membros do U2.COM) foram surpreendidos e relataram que receberam pelo correio uma misteriosa carta promovendo o novo single da banda, "Blackout", talvez o primeiro do novo disco 'Songs Of Experience' que será lançado no final do ano!
Curioso é que a carta foi entregue no dia em que, depois de 99 anos, um eclipse solar total pôde ser visto de costa a costa nos Estados Unidos. "Blackout"!
A carta de folha branca traz em seu envelope carimbos de Los Angeles e apresentam uma letra datilografada com um texto que se refere à 'Songs of Innocence and Experience' de William Blake, o livro que tem inspirado os dois discos do U2.
A carta começa: "Blake publicou Canções de Inocência e de Experiência: mostrando os dois Estados contrários da alma humana em 1794. Uma coleção de vinte e seis poemas que tem um... "e nesse ponto torna-se difícil a leitura do texto.
Por cima do texto há uma imagem da silhueta do filho de Bono, Elijah, segurando as mãos da filha de Edge, Sian, que vêm da imagem que muitas vezes foi mostrada no telão no final dos shows da 'The Joshua Tree Tour 2017' quando foram finalizados com a nova canção "The Little Things That Give You Away".
Vemos palavras destacadas, que podem ser parte da letra do novo single:
Blackout
It’s
clear
who
you are
will
appear
“Blecaute… Está claro que quem você é vai aparecer…”
O texto completo usado na carta aparece em um site norueguês que oferece material didático baseado no currículo nacional das escolas norueguesas:
Blake published Songs of Innocence and of Experience: Shewing the Two Contrary States of the Human Soul in 1794, and this collection of forty-six poems has a unique position in English literature. Some of them—The Tyger, for example—are among the best-known poems in the English language.
The book combines two sets of poems: Songs of Innocence and Songs of Experience.
These two sets of poems have generated much critical discussion as to how Blake intended them to be understood. But there is general agreement that the two sets of poems are related by the principle of contrast; a contrast between the state of Innocence—to be understood as childhood, idealism, hope—and that of Experience—to be understood as adulthood, disillusionment, social criticism, and despair.
The poems were also meant to be interpreted on another level; that of the world before and after the Fall of Man, and of the struggle within the soul itself. Blake came to see these two states as “contraries in the human soul!”. At first, Innocence is the world of the Lamb, the world of the true God of Love and Understanding, or Jesus, while Experience is the work of the false God, or the great negative influence. But if we can see this, then Experience can also be a means of achieving true insight.
Blake does not tell the reader how these poems should be read, nor is he trying to say that one state is better than the other, but rather leaves it up to the readers to draw their own conclusions.
Blake publicou Canções de Inocência e de Experiência: mostrando os dois Estados contrários da alma humana em 1794, e esta coleção de 46 poemas tem uma posição única na literatura inglesa. Alguns deles — O Tigre, por exemplo — estão entre os poemas mais conhecidos do idioma inglês.
O livro combina dois conjuntos de poemas: Canções de Inocência e Canções de Experiência.
Estes dois conjuntos de poemas têm gerado uma discussão muito crítica sobre como Blake pretendia que eles fossem compreendidos. Mas há um consenso geral de que os dois conjuntos de poemas estão relacionados pelo princípio do contraste; um contraste entre o estado da inocência - para ser compreendido como a infância, o idealismo, a esperança - e a da experiência - para ser compreendido como a idade adulta, a desilusão, a crítica social, e o desespero.
Os poemas foram feitos igualmente para ser interpretados em um outro nível; a do mundo antes e depois da queda do homem, e da luta dentro da própria alma. Blake veio para ver esses dois Estados como "contrários na alma humana!". No início, a inocência é o mundo do cordeiro, o mundo do verdadeiro Deus do amor e da compreensão, ou Jesus, enquanto a experiência é o trabalho do falso Deus, ou a grande influência negativa. Mas se podemos ver isso, então a experiência também pode ser um meio de alcançar o verdadeiro discernimento.
Blake não diz ao leitor como esses poemas devem ser lidos, nem está tentando dizer que um estado é melhor do que o outro, mas sim os deixa para os leitores tirarem suas próprias conclusões.
Esta parte não está na carta, mas é interessante para o contexto:
Inocência
O que é inocência? É algo que só as crianças possuem, ou os adultos também podem ser inocentes? Você pode ser inocente mesmo que você tenha um grande conhecimento, ou mesmo que tenha feito coisas más para outras pessoas? As pessoas inocentes são felizes? Ou você pode ser inocente e infeliz?
Experiência
O que é experiência? Por que essa qualidade é associada apenas a adultos e não a crianças? Quantos anos você tem que ter para ter experiência? Você acha que Blake estava certo em acreditar que olhamos a vida de forma diferente à medida que crescemos para nos tornar adultos? Se sim, por quê? Ou nós sempre olhamos a vida da mesma maneira, não importa quantos anos temos? Nós nos tornamos automaticamente melhores pessoas quando ganhamos experiência do mundo que nos rodeia?