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sexta-feira, 18 de agosto de 2017

A batalha entre a ex-estilista e ex-assessora de imagem Lola Cashman e o U2


Na época da Vertigo Tour, Bono deu seu testemunho em tribunal como parte da briga judicial sobre algumas peças de memorabilia do U2. A ex-estilista e ex-assessora de imagem da banda, Lola Cashman, que trabalhou com o grupo em 1987 e 1988, apelou na justiça para manter os itens que ela afirmou ter ganho do grupo.

Assim que terminou a turnê de 'The Joshua Tree', ela mandou todos os itens para seu apartamento.
O relacionamento entre U2 e Lola só piorou desde que ela saiu da equipe em 1988, acusada de exigir pagamentos inadequados. Lola publicou, em abril de 2004, uma biografia não autorizada da banda, intitulada 'Inside the Zoo with U2', em que retrata um Bono complexado por seu peso e estatura.
Em uma sala da Corte de Dublin, cheia de fãs, jornalistas e advogados, Bono testemunhou que ele ficou "triste e enojado" quando Lola tentou leiloar os objetos.
Durante a audiência, Bono negou que a banda tenha movido a ação porque se sentiu incomodada com o livro de Cashman.
Ela foi obrigada pelo tribunal a devolver vários objetos, entre eles uma calça preta, um par de brincos e um chapéu Stetson, usado por Bono na turnê de 'The Joshua Tree' e que é visto na capa do disco 'Rattle And Hum'. Os itens foram reavidos por Cashman em 2005, mas Bono e a banda queriam que ela parasse de vender os itens, que eles afirmavam pertencer ao U2.
O tribunal de Dublin ordenou que Cashman devolvesse os itens no prazo de sete dias.
"O peso das evidências foi inteiramente contrário a Cashman no caso", disse ao tribunal o juiz Matthew Deery, depois de ouvir dois dias de depoimentos.
Segundo Deery, os documentos apresentados pelo U2 durante o julgamento demonstraram que a banda é "extremamente bem-sucedida" e que "seria estranho o grupo mover uma ação judicial desta natureza se o assunto não fosse de grande importância para eles".
Lola, que assegurou que as peças foram um presente da banda, apresentou um recurso contra a resolução judicial.
Bono negou a afirmação de Lola de que ele teria lhe dado o Stetson, insistindo que ele era como um símbolo do U2 no final dos anos 80 - e que se desfazer dele "seria como The Edge se desfazer de sua guitarra. Isso não aconteceria". Vários outros funcionários da equipe do U2 testemunharam que a banda nunca se desfazia de itens de seu guarda-roupa. "Nunca nem passou pela minha cabeça pedir qualquer coisa. Seria totalmente inapropriado", disse uma ex-assistente de vestuário, Judy Reith. Mas Lola, testemunhando depois que Bono saiu do tribunal, insistiu que ele havia lhe dado o chapéu e os brincos depois de um show no Arizona em dezembro de 1987. "Bono estava correndo nos bastidores com roupas íntimas e com o chapéu na cabeça", disse Lola, descrevendo o momento em que ele teria lhe dado o chapéu.
Bono assegurou em um tribunal de Dublin que a ideia de usar o chapéu foi sua e que surgiu antes da chegada da estilista, contratada em 1987 através de uma agência para cobrir a licença-maternidade da assessora de imagem da banda.
"A estética do chapéu queria representar a iconografia americana. A ideia era que me apresentar para o mundo de uma maneira irônica", declarou o vocalista em referência a essa imagem, uma das mais famosas da história do rock.
Bono também lembrou que naquela época, o U2 começava a conseguir reconhecimento internacional e que o "forte" da banda não era exatamente "o bom gosto estético".
Os objetos em disputa, entre os quais estavam também brincos metálicos e uma manta verde, que estavam avaliados em cerca de 5.000 euros, foram postos à venda, sem sucesso, pela assessora de imagem em um leilão da casa Christie's de Londres em 2002. Mas, naquela ocasião, os advogados do U2 impediram a venda ao indicar aos organizadores que os objetos não pertenciam a Lola.
"Não me lembro exatamente de quando (Cashman) começou a trabalhar. Tinha muito bom olho e muito mais experiência do que qualquer um de nós", acrescentou Bono, que agradeceu à estilista por sua contribuição à turnê 'The Joshua Tree'.
"No entanto - continuou o artista - ficou claro quase desde o princípio que não lidava bem as com as relações pessoais e chegou a incomodar muita gente".
O vocalista disse que ela se aproveitou de forma não-profissional do tempo que passou ao lado do grupo.
Como já havia feito no julgamento anterior, Bono insistiu na importância que o grupo dá a qualquer objeto de U2, que são guardados carinhosamente por motivos sentimentais ou para que sejam doados a algum museu.
O cantor compareceu ao tribunal de Dublin representando a firma comercial U2, juntamente com Paul McGuinness e Larry Mullen.
"Tentamos evitar essa situação bizarra por muito tempo. Ela gosta disso, a gente não. Do ponto de vista do U2, pode-se dizer que sequer existe um caso jurídico. Os itens são nossos e os queremos de volta. Queremos que ela pare de vendê-los. Este caso é fútil e constrangedor", declarou o vocalista.
Entre as peças em disputa também estavam 200 fotos Polaroid tiradas por Cashman, além de enfeites de Natal. A Justiça irlandesa também ordenou a devolução destas cerca de 200 fotografias feitas por Cashman durante aquela turnê com "rolos de filme comprados pela banda", quando a estilista tinha "acesso ilimitado a cenas íntimas".
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