Era praticamente o momento solo de MacPhisto, cantando a letra sozinho, acompanhado apenas da suave guitarra de The Edge, e apesar de se mostrar bastante exausto, conseguia entregar seu melhor desempenho.
Para esta canção, todos humor e gestos teatrais de MacPhisto desaparecem, deixando-o vulnerável e despido emocionalmente. A letra "mas eu não consigo evitar de me apaixonar por você" parece ser dirigida ao seu público, a quem ele tinha no início agradecido por fazê-lo famoso - reconhecendo que o seu desejo para o estrelato é irresistível, apesar do que ele se transformou. A sensação de inevitabilidade é comovente. Elvis também, muitas vezes finalizava seus concertos em Las Vegas na época com esta balada. Sua ex-esposa Priscilla afirmou que ele fazia isso para seus fãs, agradecendo-lhes por todos os anos de apoio e por terem ficado com ele.
O momento de definição da canção vem depois da ponte, quando MacPhisto entra em um deslumbrante falsete de arrepiar, para cantar "segure minha mão, pegue minha vida inteira também / Porque eu não posso evitar de me apaixonar por você".
É realmente de tirar o fôlego ouvi-lo alcançar as notas cada vez mais altas, que certamente pareciam além de seu alcance vocal.
Bono descreve este extraordinário zênite como "o garoto dentro do homem corrompido, rompendo-se por um momento"; é um pequeno fragmento do espírito de MacPhisto que continua manchado pelos excessos da fama e fortuna.
Em uma entrevista a Rolling Stone, ele disse: "o falsete quando a canção termina é o momento mais comovente do show, porque, entre todas as grandes qualidades, há aquela pequena voz parecendo uma criança". Ele mais tarde disse para Joe Jackson: "é por isso que as pessoas adoravam Elvis, mesmo no fim. Ainda havia aquele aspecto de pureza."
Quando ele volta lentamente ao longo da passarela em direção ao palco principal, ele permite que o público complete cada uma das linhas finais da canção. Dianne Ebertt Beeaff escreveu que "quando milhares de vozes respondem a seus "não consigo" com "caindo no amor com você", o rosto do seu personagem se ilumina, aliviado ao descobrir que ele é ainda é querido por quem ele realmente é – ou "pelo que poderia ser". Finalmente MacPhisto se vira e desaparece na escuridão, no ponto em que a versão original de Elvis Presley passa a tocar nos alto-falantes – "abafando a última estrela do rock com o primeiro", como Bill Flanagan fala em seu livro.
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