Uma das faixas mais fortes do álbum, "Iris (Hold Me Close)", um clássico instantâneo do U2, é sobre a mãe de Bono. Ela também aparece em outra canção.
Bono, ao ser perguntado se ele acha que sua mãe sabe o que aconteceu com ele, e como a sua vida se transformou, responde:
"Não faço ideia. Mas eu tenho um profundo sentimento de que, você sabe, vou vê-la novamente, e a morte não é um medo real para mim, embora eu acho que seria inconveniente agora, porque temos alguns discos mais para fazer e estou gostando bastante de sair com meus filhos - e minha esposa - então não é isso, mas eu tenho um senso muito real."
E então Bono diz o que aconteceu na semana que terminou o álbum em Malibu. Ao contrário dos discos anteriores do U2, este álbum foi lançado na semana seguinte de ele foi terminado, em vez de dois, três ou seis meses mais tarde. "No final da semana eu acordei, e eu pensei que "Iris" é a canção que me arrependo. Foda-se! Não devia ter feito isso a mim mesmo. Um roqueiro não punk cantando sobre sua mãe. E comecei a pensar... "Deus, isso foi há quanto tempo? Há 40 anos.
Quando ela morreu? Setembro? Setembro, há 40 anos atrás. Então mandei uma mensagem pro meu irmão, perguntando quando nossa mãe morreu e ele não sabia, porque não falamos sobre esse tipo de coisa na nossa família. Então ele mandou uma mensagem para meu tio Jack e, em seguida, ele me retornou.
Ela desmaiou no túmulo do seu pai no dia 8 de setembro, exatamente o dia que eu fiz a pergunta, 40 anos depois, e seu espírito nos deixou nos dois dias que se seguiram, quando estávamos na Apple. Estávamos lançando esta canção, "Iris", 40 anos daquele dia, e isso me fez pensar 'Uau, isso é interessante'. Embora eu não seja supersticioso."
Adam Clayton disse antes da entrevista, que nos últimos meses da criação do álbum, Bono voltou ao passado e cavou fundo.
Bono tem poucas lembranças de Iris, que morreu quando ele tinha 14 anos. E ele disse que colocou todas elas na parte final da canção:
"Iris standing in the hall, she tells me I can do it all, Iris wakes to my nightmares, don't fear the world, it isn't there, Iris playing on the strand, she buries the boy beneath the sand, Iris says that I will be, the death of her, it was not me".
(Iris em pé no corredor, ela me diz que eu posso fazer tudo, Iris desperta nos meus pesadelos, não tenha medo do mundo, ele não está lá, Iris brincando na praia, ela enterra o menino na areia, Iris diz que eu serei o responsável por sua morte, mas não fui).
Bono evoca Iris em outra canção, "The Crystal Ballroom", que é uma das faixas extras na versão física do álbum. Desta vez ele conjura um pouco mais literalmente. "Parece que o McGonagles [um lendário local de rock Dublin que o U2 tocava quando jovens] costumava ser chamado de Crystal Ballroom", diz Bono. "Muitos dos nossos pais e mães se encontravam lá para namorar. E há a idéia de que nós somos os fantasmas de amor dos nossos pais, que somos os vestígios, os remanescentes."
Então "The Crystal Ballroom" se passa no McGonagles quando o U2 eram crianças, e "estamos tocando, e na parte de trás do McGonagles estão minha mãe e meu pai, na minha idade, dando uns amassos, que é uma ideia ligeiramente doentia, e realmente perturbadora. É só uma coisa selvagem."
Ele tem poucas lembranças visuais de sua mãe no qual se baseia. As que ele tem são principalmente a partir de imagens de um Super 8 que um amigo da família descobriu uma vez, de Iris na idade de 23 ou 24 jogando rounders (um tipo de beisebol) em Rush. "Olhando para ela bater a bola e correr naquela coisa em câmera lenta, era tão lindo. Você se esquece que os seus pais tiveram essa outra vida antes de você."
Então Iris, teve um colapso no túmulo do seu pai - com um aneurisma cerebral, e é por isso que estamos aqui agora. Porque algo aconteceu com Bono na puberdade. "Quando eu estava descobrindo as meninas, essa mulher, que me trouxe ao mundo, vai embora, e você é deixado vivendo com dois homens gritando um com o outro na maioria das vezes", que ele quer dizer, seu pai e seu irmão. Daí a raiva, daí o punk, e daí o U2.
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