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terça-feira, 4 de novembro de 2014

Hot Press: A Grande Entrevista - Parte 4 (Larry Mullen)

A edição de novembro da Revista Hot Press traz uma extensa entrevista com o U2, feita por Olaf Tyarasen quando a banda estava à caminho da Alemanha para a gravação de uma apresentação promocional de divulgação do novo disco, 'Songs Of Innocence'; e o site U2 NEWS disponibilizou a íntegra em seu site.

Confira abaixo as melhores partes desta matéria, com grandes revelações sobre 'Songs Of Innocence':

Você parece muito tranquilo, Larry.

Larry Mullen: Não, estou tranquilo. Estou muito orgulhoso desta fase da nossa carreira e nossa vida, onde podemos ter quebrado parte do código, e não tem mais o que nós fazermos. Isso significa alguma coisa. É significativo.

Como se sente Elvis [filho de 18 anos de Larry] em estar com você na capa do disco?

Larry Mullen: Ele nem liga. Ele se afastou disso. Está na escola, longe. Ele não está vivendo na Irlanda e não tem conhecimento de alguma coisa. Falei com ele e ele não tinha ideia do que estava acontecendo, o que é bom para ele. Estou um pouco preocupado que ele possa receber muita atenção por isso e disse: 'Não quero interferir na sua vida, junto com a sua mãe quero me certificar de que você está bem', e ele só me disse: 'nunca fizemos algo parecido com isto juntos. Estou muito orgulhoso disso'. Significa algo para ele, e isso me impressionou. Ele tem orgulho disso e isso é ótimo. Isto me preocupa porque eu tenho que falar sobre isso o tempo todo, mas não a ele.

A imagem na capa foi ideia do Bono, não foi?

Bono: Foi. E eu tentei com o Elijah e com o John, meus filhos, para ver se ficava melhor com meu tronco nu... (Larry ri). Na verdade, sabe a tatuagem de Larry? Ele não disse nada naquele dia, ele não disse nada até que fizemos o download e ela apareceu na arte da capa, esta tatuagem é baseada na mitologia nativa americana. É da tribo Pawnee e é um símbolo da proteção da inocência.

Foi uma coincidência?

Larry Mullen: Eu fiz quando Elvis estava na barriga da mãe. Eu tenho tatuado no meu braço. Você não quer exagerar nessas coisas, mas para alguém que passou a maior parte de sua vida, esquivando-se dessa merda, tem que sofrer com isso, particularmente com seu primogênito que tem sido protegido mais do que qualquer outra coisa, há um lado dele que é como: 'isso não é demais? Mas no final, isso ressoa, porque você traz alguém através de 18 anos que você protegeu durante estes 18 anos...
Eu sei que este menino, este 'menino', ele agora é um homem. Agarro-me a ele, mas o que não é visto na foto é que estou agarrando à mim também. Nessa foto há 18 anos de emoções, amor, tristeza, dor, e todas estas coisas, e ninguém vai saber o que é isso. É pública, mas ainda tem aquela intimidade e isso é entre eu e ele. Quando ele diz: "significa muito para mim que você e eu tenhamos feito isso juntos'... é uma poderosa imagem. Sua mãe não está dando pulos de alegria, mas você sabe... (risos).

Há uma justaposição interessante: o tema do pai na capa e o tema da mãe no próprio disco.

Larry Mullen: Fizemos uma entrevista e uma jornalista disse que ela viu a imagem no metrô em Londres e disse: 'É algo homoerótico' e eu disse 'você está perdendo o ponto'. Estava muito equivocada quanto a isso. Este é um pai e filho. É poderoso. Não há aqui nada de erótico.

Bono: Tem sua antecedência em uma foto incrível de Christy Dignam [vocalista do Aslan] com seu filho. É uma bela foto. Grande amigo.

Levando em conta todo o veneno sobre as críticas da forma de lançamento do álbum e tudo mais, já se sentiram com vontade escrever uma canção chamada "Fodam-se os Insatisfeitos"?

Bono: Sim, eu já fiz isso! "Acrobat", em 'Achtung Baby' (não deixe que os bastardos te desanimem). "Não acredite no que você ouvir, não acredite no que você ver / se você apenas fechar os olhos, você pode sentir o inimigo". Eu tenho um guarda-chuva. Eu tenho isso comigo há 30 anos. Quando vem a tempestade de merda, como acontece continuamente, eu apenas abro ele.
Há algo sobre a canção "Cedarwood Road". Eu percebi que muito de mim ainda mora lá. Estou ainda naquela rua. Ainda preciso de um inimigo. O pior, eu não posso dizer isso. Quase todos gostam de mim. Eu gosto de quase todos. Preciso de uma briga para sair da cama de manhã para continuar encontrando-me nelas. Se você repetir o seu comportamento, então você tem que gostar. É como uma má relação: 'não foi assim que aconteceu! Conheci uma garota e ela se foi com os meus melhores amigos, mas aconteceu isso comigo três vezes'. Pode ter algo a ver com isso. Então tive de aceitar que isso é o que eu sou.
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