O U2 ainda trabalha nas gravações de seu novo álbum, e a banda recebeu no estúdio em Nova York (Electric Lady Studios), Steven Zeitchik do Los Angeles Times, para falarem sobre a colisão entre juventude e suada sabedoria do próximo disco da banda.
Bono dá uma olhada ao redor de um bagunçado estúdio, cheio de garrafas de Coca Cola, laptops e discos de vinil.
Bono aumenta o som de uma faixa do álbum que a banda ainda está trabalhando para finalizar e lançar em abril de 2014.
O número é um hino sobre deixar sua cidade natal, e é intitulada de "Invisible".
Enquanto a música toca, ele entra no espírito e toca air guitar, e também canta junto com os vocais originais já gravados, de modo que o efeito realiza um dueto com ele mesmo.
O U2 teve talvez o seu álbum comercialmente mais decepcionante em décadas, com 'No Line On The Horizon' em 2009.
Eles também trabalharam em alguns projetos abortados, que levou a banda à ter apenas um novo álbum de estúdio nos últimos nove anos. Então agora eles estão agitando as coisas.
A banda surgiu com o conceito de uma coleção de canções que relatam em parte, à partir da perspectiva de um inocente e, em parte, a partir de um veterano. E trouxeram através da música eletrônica, o produtor Danger Mouse, para ajudá-los a criar isto.
Ao comentar que alguns fãs ainda estavam tentando entender como essa colaboração irá funcionar, Edge riu: "Eu acho que nós mesmos ainda estamos tentando descobrir isso também", disse ele.
Nesta noite de dezembro, a banda se movimenta por duas salas no estúdio. Em uma, engenheiros de som tentam diferentes mixagens com Bono cantando junto e dando notas em iguais proporções. Em outra sala, Larry Mullen, Edge e vários outros testam com alguns ritmos. "Você está vendo um pouco de criatividade acontecendo", disse Mullen. "Como os pinguins na natureza."
Vestido com um boné militar verde, calça jeans preta e várias malhas para afastar o frio de Nova York, Bono estava em uma sala à prova de som cheia de engenheiros de som. De vez em quando alguém lhe entregava um microfone. Bono pega um microfone da mesma forma como um bebê pega um pirulito, e facilmente ele sabe exatamente o que fazer com ele. Mal parando sua conversa com o repórter, ele começa a cantar balançando lentamente para trás e para a frente como seus músculos faciais se espremendo. Então, como um músico, sem precisar olhar pro lado, ele devolve o microfone a um engenheiro, enquanto ele continua provocativo com o repórter.
"Não quero soar pretensioso, não que isso tenha sido um obstáculo antes", disse ele , ao descrever o novo trabalho do U2.
Sobre o disco, das poucas canções ouvidas naquela noite, ele tem traços do Clash, Sex Pistols e Kraftwerk. "coisas que realmente nós ouviamos quando éramos mais jovens", disse Bono. Mas ele também vem carregado de alma e R&B das antigas, gêneros que Bono disse que ele e os amigos ouviam na década de 1970, mas que apenas "uma vez que o punk surgiu, ninguém admitiu mais."
Também caminha na linha entre o político e o pessoal, com o título de uma nova canção conotando um período difícil, mas realmente se referindo à um trauma pessoal.
Tematicamente, o álbum será centrado na colisão entre suada sabedoria e fome juvenil.
Ainda há trabalho a ser feito, um álbum para ser deixado em sintonia, sessões noturnas que significam jantares acontecendo em cima de mesas de som.
Os engenheiros de som continuam trabalhando com um vocal em falsete de Bono, um som que já definiu Bono e U2 em 'War' e 'The Unforgettable Fire'.
Bono ri: "É algo como um cara que canta como uma garota". Em seguida, ele vira para o lado, pega um microfone e desencadeia mais daqueles vocais.
O U2 mais uma vez, está tentando fazer um retorno às suas raízes, bem próximo de completar seu 40° aniversário de carreira!