PARA VOCÊ ENCONTRAR O QUE ESTÁ PROCURANDO

sábado, 7 de janeiro de 2012

U2 foi para a Holanda por motivos fiscais

A venda de 56% do capital da 'Jerônimo Martins' pelo seu principal acionista à uma filial holandesa, anunciada esta semana, trouxe ao debate público a questão das empresas que se transferem para a Holanda.
Há vários anos que milhares de empresas de todo o mundo abrem filiais ou subsidiárias na Holanda, normalmente por razões ligadas ao planeamento fiscal.
Entre as entidades que o fizeram estão bandas de rock como o U2 ou os Rolling Stones, e também os herdeiros de Elvis Presley.
O New York Times noticiou que os Rolling Stones (com exceção do guitarrista Ron Wood) tem há mais de três décadas laços com a Holanda através de uma firma de contabilidade de Amsterdã.
Segundo o jornal norte-americano, entre 1987 e 2007 Mick Jagger, Keith Richards e Charlie Watts pagaram 7,2 milhões de dólares em impostos sobre rendimentos de 450 milhões - o equivalente à uma taxa de 1,5 por cento, muito abaixo do que teriam de pagar no Reino Unido ou nos EUA. O New York Times escreveu ainda que os três músicos estabeleceram fundações na Holanda que lhes permitirão transmitir o patrimônio aos seus herdeiros sem ter que pagar quaisquer impostos sucessórios.
Quanto ao U2 a passagem para o país das tulipas foi mais recente. Em 2006, a Irlanda fez uma reforma fiscal que limitou a isenção de impostos para artistas a rendimentos inferiores a 250 mil euros.
A banda transferiu então a sua firma de 'publishing' (gestão do catálogo musical, através do qual recebem direitos de autor) para Amesterdã. A decisão motivou muitas críticas na Irlanda, particularmente tendo em conta a vocação filantrópica do U2, e sobretudo do seu vocalista, Bono.
"Não há nada de ilegal no que eles fizeram ao aproveitar-se de leis fiscais mais favoráveis, mas tendo em conta o que o Bono investiu nas campanhas contra o fim da pobreza, achamos que há aqui uma contradição", disse em 2009 Ni Chasaide, porta-voz de uma ONG irlandesa, citada pelo Irish Independent.
O 'manager' do U2, Paul McGuinness, reagiu às críticas em declarações ao mesmo jornal, dizendo que a banda "é uma empresa global que paga impostos a nível global".
"Pelo menos 95% dos negócios do U2 -- incluindo a venda de discos e de ingressos [para concertos] - tem lugar fora da Irlanda, e portanto, a banda paga muitos impostos por todo o mundo", disse McGuinness ao Irish Independent. "Tal como qualquer outra empresa, o U2 opera de uma forma fiscalmente eficiente", afirmou.

Do site: http://sicnoticias.sapo.pt/economia/
Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...