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sexta-feira, 9 de novembro de 2018

James Radner que trabalhou com a Anistia Internacional, fala sobre o U2 e o surgimento da 'A Conspiracy Of Hope'


"Conspiracy Of Hope recrutou uma nova geração de ativistas"

James Radner estava trabalhando com a Anistia Internacional, quando a ideia da 'A Conspiracy Of Hope' (A Conspiração Da Esperança) levantou voo. The Police, Lou Reed, Bryan Adams, Peter Gabriel e Joan Baez estavam entre os luminares que participaram ao lado de um certo quarteto da Irlanda. Ele conta para a Hot Press:

"Tudo começou em 1985. Um dia, na minha mesa na Anistia Internacional, abri um envelope e encontrei um cheque dentro - uma das maiores doações que eu tinha visto. Era do U2, o resultado de um concerto que eles tinham acabado de fazer no Radio City Music Hall. Esta foi inteiramente uma iniciativa da própria banda - não havia nenhum contato antecipado. Meus colegas Jack Healey e Mary Daly se reuniram com a banda na Irlanda, e eles se comprometeram a nos oferecer uma turnê, para celebrar nosso 25º aniversário em 1986.
Partir dali para uma turnê completa 'A Conspiracy Of Hope' foi uma grande empreitada, uma longa história. Mas quero enfatizar que a liderança do U2 foi fundamental - desde o começo e até o fim. Eles não foram só os primeiros a ter uma atitude que nos permitiu recrutar outros artistas do topo, como também nos levou a profissionais de primeira categoria na indústria da música - como Bill Graham, que também doou seus serviços - para fazer um evento complexo como este, uma coisa fácil. A generosidade e a sábia orientação do U2 e sua gestão sustentaram todo o esforço, juntamente com a habilidade e o comprometimento das pessoas que eles ajudaram a trazer.
A turnê arrecadou muito dinheiro por uma boa causa, mas o objetivo principal não era levantar fundos. Queríamos aumentar a conscientização sobre os direitos humanos, convidar pessoas a agir para salvar prisioneiros de consciência em todo o mundo. Foi a compreensão e o compromisso do U2 e dos outros artistas com essa causa - não apenas em suas palavras e música no palco, mas também em entrevistas e conferências em todas as cidades - que fizeram a 'A Conspiracy Of Hope'.
A turnê "adotou" seis prisioneiros de consciência: as pessoas nos shows e a audiência de TV enviaram ondas de cartas e cartões postais apelando pela sua libertação. Ficamos todos profundamente comovidos com o que parecia ser um sucesso parcial, quando dois desses prisioneiros foram libertados. A chave para isso era que o U2 e os outros artistas poderiam envolver o público em direitos humanos de uma forma que nenhum de nós da Anistia poderia fazer por conta própria. Assim, a 'A Conspiracy Of Hope' recrutou para uma nova geração de ativistas - uma explosão de novos membros individuais da Anistia Internacional, novos grupos de campus da Anistia, nova pressão sobre os governos para que mudassem seus modos opressivos.
Para mim, os artistas fizeram um trabalho extraordinário na turnê, usando a música para aprofundar a mensagem de direitos humanos no âmago da 'A Conspiracy Of Hope'. Muitos números vêm à mente, juntamente com reuniões e recombinações organizadas pelos próprios artistas, como a reunião do The Police em Atlanta. Aqui eu só quero destacar uma música, a bela interpretação de Bono de "Help!". Para mim, a original dos Beatles já era uma das minhas favoritas, mas no contexto desta turnê de direitos humanos, o U2 encontrou um novo tipo de poder nela, expressando a vulnerabilidade que todos compartilhamos e o por que precisamos uns dos outros. Toda a mensagem da turnê se reuniu todas as noites naquela música - ajuda, esperança e humanidade".
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