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quarta-feira, 4 de outubro de 2017
Quando o Windmill Lane Studios anunciou a destruição das fitas masters de gravações que aconteceram lá, incluindo material do U2
No ano de 2013, o lendário estúdio de gravação Windmill Lane Studios em Dublin, que abrigou o U2, Depeche Mode e Rolling Stones, emitiu um apelo para os músicos que trabalharam lá para coletar suas fitas masters que estavam arquivadas no sotão - ou então elas seriam destruídas.
Windmill Lane Studios foi onde o U2 gravou partes de seus álbuns, como 'Boy', 'War' e 'The Joshua Tree'. O estúdio avisou para os artistas entrarem em contato e reivindicar as fitas que incluíam gravações pré-digitais de bandas como AC / DC, The Chieftains, U2 e The Spice Girls.
Ao longo dos anos estas fitas masters começaram a deteriorar-se e estavam tomando um espaço grande do estúdio, enquanto eles desejam expandir o local.
"Provavelmente elas não têm valor prático", disse Tony Perrey, produtor do estúdio. "Você só teria a chance de reproduzi-las novamente e isso ficaria em condições de arquivamento". Muitas das fitas são demos, backups de fita masters ou takes descartados. Elas seriam digitalizadas, mas esse processo seria "extremamente caro".
As fitas provavelmente valeriam uma boa quantia de dinheiro se elas fossem parar em um leilão, mas o Sr. Perry disse que essa não era uma opção porque "elas não são nossas para serem vendidas".
O estúdio, que foi criado em 1978 pelo engenheiro Brian Masterson, foi originalmente usado por músicos tradicionais antes do U2 começar a trabalhar lá em 1980. O Windmill Lane Studios se mudou de um pequeno cais para a Ringsend Road em Dublin e passou a ser propriedade da Pulse Recording College.
O comunicado na época dizia: "Estamos apelando para todos os artistas que trabalharam aqui usando fitas multitrack de duas polegadas, para entrar em contato e resgatá-las, porque estamos no processo de descarte dessas fitas", disse Ian Brady da Pulse. "Há muitas coisas aqui de enorme interesse histórico como U2, Riverdance, AC / DC e The Chieftains, mas as fitas podem pesar toneladas e ocupam espaço valioso."
The Edge supervisionou em 2008 as remasterizações dos primeiros discos do U2 para relançamento, e estas fitas masters, ou cópias delas, foram utilizadas no processo.
Não se sabe se o U2 resgatou em 2013 estas fitas do Windmill Lane Studios. Neste ano de 2017 foi lançada uma edição de 30° aniversário de 'The Joshua Tree', onde Edge novamente supervisionou a remasterização do disco, que foi feita provavelmente à partir destes masters.
Dave Fanning entrou em contato com o estúdio na época e disse que a lista de bandas e artistas da Irlanda, além do U2, incluía: Pop Mecanics, Eamonn Gibney, Moving Hearts, Neuro, Those Nervous Animals, DC Nien, The Atrix, The Negatives, Kick, Those Handsome Devils, The Secret Life / The Quest, The Fuze, Barry Ronan, Nigel Rolfe, The Xn-trix, Minor Detail, Swinging Swine, Aslan, Full Circle, Smiley Bolger, Porcelyn Tears, Geoffrey’s First Affair, Microdisney, Katmandu, The Bogey Boys, Reform, Stepaside, Sunshine and Tony Koklin, Fountainhead.
Com a invenção do som estéreo em 1943, veio uma nova e revolucionária maneira para os artistas gravar música, fitas multi-track. Este processo permitiu que os estúdios gravassem diferentes fontes sonoras ao mesmo tempo, o que essencialmente tornou a criação de uma faixa muito mais simples do que anteriormente. O uso de gravações de 2 faixas foi adotado em 1950 para se adequar a música moderna, e rapidamente se aproximou de todos na indústria da música.
Em 1978, o mundialmente famoso Windmill Studios da Irlanda abriu suas portas para permitir que muitos artistas de música em ascensão usassem o equipamento de gravação multi-track, então de difícil acesso. Foi usado originalmente por artistas locais, mas os estúdios tornaram-se populares com artistas internacionais depois que U2 começou a gravar lá.
Eles deixaram para trás várias fitas ao longo dos anos, muitas das quais ficaram pegando poeira, perdidas, esquecidas, e deterioradas.
Um representante disse que havia mais de 1000 fitas, e muitas delas já não poderiam ser mais usadas, estavam muito deterioradas.
A era digital, que começou no início dos anos 90, sinalizou uma nova direção no processo de gravação de música. A tecnologia digital ofereceu um novo mundo de capacidades e recursos que simplesmente tornaram a fita redundante.
Não havia necessidade de reservar grandes quantidades de espaço para o equipamento de gravação, e armazenamento das fitas. Com o digital, os arquivos podem ser armazenados em computadores ou dispositivos externos e transferidos facilmente.
A era da gravação digital também trouxe uma nova série de artistas de gravação, aqueles que não precisavam ir visitar as instalações do Windmill Lane Studios. Era mais fácil e barato montar um estúdio de gravação de qualidade decente em casa. Tudo o que era necessário seria um bom computador, alguns periféricos, como um microfone, teclado e algum software DAW.
As fitas do Windmill Studios, no entanto, possuiam gravações de alguns dos maiores nomes da música de hoje, quando estavam nos estágios iniciais de suas carreiras. Enquanto alguns dos materiais dessas fitas eram coisas que os artistas queriam mesmo que fossem destruídas e esquecidas, é triste saber que essas gravações possam ter sido perdidas para sempre.
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