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terça-feira, 17 de outubro de 2017

Entrevista de Adam Clayton e The Edge para Marianna Santiago da Alfa Radio 913 do México


Adam Clayton e The Edge concederam uma entrevista para Marianna Santiago da Alfa Radio 913 do México!
A entrevistadora comenta que se passaram 30 anos desde o lançamento de 'The Joshua Tree', e pergunta como mudou a maneira de se escrever canções hoje. Edge respondeu: "Houve algumas pequenas mudanças. Eu gosto de uma frase de John Lennon sobre escrever canções, em que ele diz: 'Sente-se, se decida sobre o que escrever, pegue sua guitarra e abra uma veia', se referindo que fazer uma grande canção requer tudo, requer 'tirar sangue' de sua vida ao fazer uma grande canção. Nós, como banda, estamos amaldiçoados ou abençoados com isso, dependendo de como você vê o que é uma grande canção. Assim, quando tentamos fazer uma grande canção, damos tudo. As grandes canções são as que te trazem segurança na noite de um show, que funciona no final, mas nunca é algo fácil de se fazer."
Adam Clayton completa: "Noel Gallagher, que têm nos acompanhado na turnê, me disse em uma noite: 'o que é grandioso em 'The Joshua Tree' é que tem canções espetaculares e simples'. Ele tem razão, eram canções simples naquele momento em que tocávamos e tentávamos ampliar nossas habilidades musicais, e tudo foi um conjunto de fatores. Agora há muita tecnologia, e levam estas canções para onde antes não era possível. 'The Joshua Tree' foi mágico para a banda, e foi um grande período para nós."
Marianna Santiago então pergunta qual o segredo do U2 transcender através dos anos. Edge: "Para nós é estar em contato com a cultura musical, porque tudo que é criado tem um contexto. Para nós, esse contexto é a atual cultura da música. Em nossa música, nossos álbuns, sempre há um fundo do sentido de onde a música está indo. Tratamos de não ser "seguidores", e sim interpretar as coisas de uma nova maneira e tratamos de levar essa cultura musical de momento para um lugar diferente."
Marianna Santiago pergunta qual a coisa que mais se recordam das gravações do disco 'The Joshua Tree', algum momento em particular. Edge responde: "Para este disco, foi em não gravar em um estúdio, que é um lugar muito estéril. Decidimos fazer as gravações em uma grande casa, uma linda casa fora de Dublin. Assim, quando penso neste álbum, penso em como divertido foi fazer música fora de um lugar tão formal que é um estúdio. Um lugar mais natural, orgânico, onde as canções e ideias surgiam. Realmente desfrutamos do processo. E para tornar as coisas melhores, Adam comprou esta casa. Ele vive lá, e assim podemos revisitar este local onde escrevemos muitas das canções."
Adam diz: "Não era uma casa tão grande não, era pequena! Eu me lembro de momentos de grande generosidade porque tínhamos uma grande equipe. Brian Eno, Daniel Lanois, Flood, Steve Lillwhite que chegou no final para nos ajudar a mixar. Toda essa gente se entregou. Quando escutamos essas canções, podemos ouvir todas essas contribuições e isso significa muito para nós, escutar Brian Eno e todos estes grandes produtores e saber que são parte de nosso álbum."
Sobre tocar nos dias de hoje, as canções do disco de 30 anos atrás, Edge diz: "Parece que as canções do disco hoje são particularmente relevantes. Há 5 anos atrás não eram. Isso se deve aos acontecimentos no mundo, política e problemas que estão em foco. Tocamos elas agora, e ressoam como eram há 30 anos atrás. Poderiam ter sido escritas na semana passada. Pode ser só uma coincidência, pelas circunstâncias, mas foi isso que nos motivou a estender esta turnê. Eram poucos shows que faríamos, quando começamos a pensar no que estava acontecendo no mundo. Nos demos conta de que era muito mais importante o que poderíamos fazer com essa turnê. Assim se tornou algo maior."
Marianna Santiago diz que no mundo atual onde os atos terroristas ocorrem em vários lugares, inclusive em shows, e pergunta o que deveria ser feito para combater a violência. Edge fala: "É um problema bastante difícil. Pessoalmente, acredito sempre que quando existe este conflito, todos devem se sentar e conversar. Vimos isto na Irlanda, tivemos décadas de terrorismo onde morreram muitos inocentes. Mas apenas quando as pessoas se sentaram e começaram a conversar, uma solução foi encontrada. Acredito que esta seja uma solução."
Adam diz: "Acredito que se continuar este acesso fácil à armas, estas atrocidades continuarão acontecendo. Sobre o terrorismo, é muito triste que as pessoas se reúnam em locais para apreciar música, e isso se torne um atentado à democracia. Então, sem um controle de armas, isso continuará acontecendo, com estas armas nas mãos de terroristas e nas mãos de qualquer outra pessoa."
Edge termina a entrevista dizendo que tocar ao vivo hoje em dia é algo que está se perdendo devido à cultura dos DJ'S, e que ele acredita que uma banda em cima do palco, com seus instrumentos, tocando juntos ao vivo, voltarão e todos irão presenciar isto, porque hoje isto é raro de se ver, e é isto que o U2 está buscando. Edge diz que tocar ao vivo é crucial.
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