Após os adolescentes de coração partido, Pilieva foi para a Grécia para filmar uma família de refugiados da Síria, na ilha de Tilos, no dia em que o marido foi a Atenas em busca de trabalho para sustentar sua esposa e cinco crianças.
Maha e Abed: "A vontade de Deus é de nos encontrarmos novamente em breve ..."
Casados por quase 15 anos, depois de fugirem de sua casa na Síria, Maha e Abed, juntamente com seus cinco filhos de 10 meses a 13 anos, moraram em um campo de refugiados na ilha de Tilos, na Grécia.
"Você pode imaginar ter cinco filhos e viver em um campo de refugiados?" diz Pilieva, que com seu marido, que é grego, tem um filho de dois anos. "Além da ideia de amor, eu queria dizer que somos todos iguais, e que, enquanto o amor é muito profundo no momento de dizer adeus, também é unificador. Todos conhecemos esse sentimento".
No filme, Maha, 30 e Abed, 40, contaram a história de seu primeiro beijo - na bochecha. "Como eles contam, sua história de amor começou com um falafel (um bolinho à base de grão-de-bico com temperos típicos da culinária árabe) ... e eles são muito apaixonados", diz Pilieva.
"Eles são muçulmanos não praticantes e sua dinâmica foi muito justa e igualitária. Ela é uma mulher muito forte, dura e opinativa. E ele é um chef ", recordou, acrescentando que Abed teve que ir embora porque as pessoas e voluntários do acampamento que trabalham perceberam o quão talentoso ele é como um chef e o ajudaram a encontrar trabalho em Atenas - uma jornada de 15 horas em uma balsa em Tilos.
"Ele foi trabalhar para que ele pudesse sustentar eles", diz Pilieva. "E ele teve que deixar sua esposa e seus cinco filhos para trás. Meu Deus, isso foi difícil. E aquele barco estava atrasado e essa despedida foi muito longa. Quero dizer, foi uma tortura."
De Tilos, Pilieva viajou para o México para conhecer o último casal do filme.
Natalia e Gonzalo: "Eu amo você. Não olhe no espelho, você é sempre linda."
Essas palavras foram escritas por Gonzalo em um cartão colocado no espelho do banheiro de Natalia na Cidade do México. O casal de seus vinte e poucos anos, que se conheceram na escola de culinária, estiveram juntos por cerca de quatro anos.
Quando nos encontramos com eles, Natalia estava se preparando para se mudar para Paris para trabalhar.
"Foi uma sucessão de alegriaa", diz Pilieva. "Eles começaram como amigos, se tornaram melhores amigos e depois namorados." Ambos aspirantes a chefs, quando Natalia recebeu a oferta de emprego em Paris, eles discutiram muito sobre se ela teria que aceitar, sem saber o que isso significaria para o relacionamento se ela fosse embora.
"Eu não poderia ir com ela", ele explica. "Você não pode simplesmente ir trabalhar em Paris. Mas foi uma grande oportunidade para ela e decidimos, por ela, aceitar."
Eles permanecem absolutamente apaixonados e compartilham uma paixão semelhante. "Quando eu falei com ela sobre o cenário dos sonhos, ela me disse que queria ter uma pequena Pastry Shop. E eu acho que ela quer alcançar uma estrela Michelin", diz Pilieva. "Mas ele também disse que ele poderia se imaginar junto com ela, se a vida o permitie, em uma pequena Cidade no México, onde eles gerenciariam um pequeno lugar, e cozinhariam juntos, e que eles conheceriam todas as pessoas que iriam lá para comer".
O casal, que ainda vivia separadamente com seus pais na Cidade do México, não se separou quando Natalia partiu. Mas eles não sabem quando poderão se ver novamente.
"Ele ficou arrasado", diz Pilieva de Gonzalo, que, junto com as duas irmãs, a mãe e a avó de Natalia, foram ao aeroporto para dizer adeus. "Eu pensei que ele fosse morrer. Foi muito, mas muito difícil."
Pilieva e sua equipe filmaram o casal na Cidade do México poucos dias antes do terrível terremoto que atingiu a cidade. (Ela entrou em contato com Gonzalo por telefone minutos após o terremoto e, junto com toda a família de Natalia, eles estavam bem e seguros.)
Pilieva sempre foi fascinada pelo México e sua rica cultura. Embora sua escolha para filmar na Cidade do México possa parecer providencial, ela não foi influenciada pela banda, que estava agendada para realizar seus shows no Foro Sol nos dias 3 e 4 de outubro.
"Eu amo o país como um todo e a discussão que está acontecendo ao sul de nossa fronteira é realmente interessante e importante", disse ela. Ao escolher casais para o filme, "eu estava preocupada com os motivos da separação e seus antecedentes, de onde eles vieram. u tive que olhar para o quadro geral. Então você tem refugiados, militares, amantes e eu queria falar sobre imigração, mas não de maneira direta".
"Da mesma forma, se você não conhece sobre os refugiados, espero que a história de Maha e Abed não venha a você como REFUGIADOS! Na verdade, não é diferente do meu marido e eu tentando criar nosso filho de dois anos ... A maneira como olhamos para o filme foi garantir que o público entenda as pessoas como tais - como seres humanos ... Eles são pessoas e eles são refugiados", diz ela. "Precisamos conectar-se apenas como pessoas. Nós precisamos nos sentir".
"Uma vez que a ideia estava lá, nós gravamos e começamos a juntar tudo, a relação entre a música e o filme foi muito natural", diz Pilieva. "Eu estava preocupada porque estava filmando com diálogo e você não sabe se isso vai funcionar. Mas no momento de colocar tudo junto - funcionou. Estava destinado à ser. É essa bela e orgânica relação".
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