Tatia Pilieva, a cineasta por trás do vídeo viral 'First Kiss', colaborou com o U2 para produzir um vídeo para o seu single agridoce, "You're The Best Thing About Me", que será lançada no álbum 'Songs Of Experience' - e é garantia de causar soluços.
Pilieva e sua equipe seguiram quatro casais da vida real, durante o período final de 24 horas que estiveram juntos, antes de um parceiro ter que deixar o outro por um longo período de tempo. Nós vemos namorados do ensino médio em L.A., uma família de refugiados sírios em uma pequena ilha grega, um jovem casal na Cidade do México, e um casal militar, casado por apenas três semanas antes de um parceiro ser mandado para combate. Os casais são diversificados e muito distantes, mas todos lutando com o trauma de separação prolongada e indefinida. O U2 procurou Pilieva para fazer o vídeo, que é extremamente cru e emocional.
O site Refinery 29 falou com Pilieva sobre a sua visão para o projeto completamente sem script, completamente real, e as suas experiências com casais nos seus momentos mais vulneráveis.
Refinery29: A maioria de seus vídeos, como 'First Kiss' e 'Undress Me', apresentaram indivíduos - geralmente estranhos - se juntando. Qual foi a experiência e o desafio de filmar casais se separando?
Tatia Pilieva: Originalmente eu tentei pensar em maneiras que eu poderia destacar o amor, unindo as pessoas, mas me levou um momento para perceber que o inverso seria mais interessante. Nos momentos em que dizemos adeus e nos separamos, o amor é mais profundo. Eu tive a ideia no avião porque eu tinha acabado de deixar minha família depois do funeral da minha avó, então eu tinha acabado de dizer adeus a tantas pessoas que eu amava. Foi aí que me atingiu.
Havia tantos desafios desde o início, no sentido de que eu queria trabalhar com todas as pessoas reais, e eu tinha um determinado período de tempo. Eu estava interessada em explorar pessoas de diferentes origens, e diferentes razões para a separação. Tudo isso foi muito difícil de descobrir. E isso é só para chegar ao momento da separação acontecendo. Então, uma vez que você conhece as pessoas, você se apaixona por elas, e você passa por essa experiência emocional, é bastante devastadora. Mas, ao mesmo tempo, é edificante no sentido de que eles se amam, então você é testemunha desse tipo de beleza. Isso é inspirador, mas também devastador.
Refinery29: O processo de filmagem também é emocional? Você se apega aos seus assuntos?
Tatia Pilieva: É claro que sim, porque é humanamente impossível não acontecer. No momento em que você escolhe as pessoas para serem o assunto, de certa forma, você já está apaixonada por eles. Você está no seu próprio caminho dizendo adeus a eles também. Por mais que eu estivesse tentando ser uma mosca na parede e não perturbar suas vidas, eu ainda estava bem ali. Eu sempre ficava com aqueles que ficavam para trás, porque isso é ainda mais difícil. As últimas imagens do vídeo são as pessoas que foram deixadas para trás. Esse momento em que realmente desaba é provavelmente o mais difícil, mais difícil que os momentos do verdadeiro adeus.
Refinery29: Você pode nos contar sobre o processo de filmagem?
Tatia Pilieva: Foram exatamente 24 horas para cada casal. Uma vez que encontramos os assuntos, nós descobrimos suas datas de partida e perguntamos se poderíamos estar lá 24 horas antes do momento de dizer adeus, e filmar a despedida real. Foi idêntico aos quatro. Eu queria ser justa sobre a quantidade de tempo que cada um deles recebeu, apesar que o modo como eles disseram adeus foi muito diferente. Cada registro foi muito original, não só para mim, mas para a pequena equipe que estava comigo. Nós estávamos tentando nos manter juntos, e não desmoronar. Eu me mantive em contato com todos e verifiquei para garantir que todos estejam bem. Eles provavelmente estão muito curiosos para ver como eu juntei isso.
Refinery29: Como estão os casais agora?
Tatia Pilieva: Eu acho que é desafiador estar sozinho, e ter que dizer adeus a um ente querido. Mas acho que eles são indivíduos fortes e tentando o melhor para estarem bem. Porque estes não eram rompimentos no sentido tradicional, eles eram apenas despedidas, em algum lugar lá ainda é bom saber que você é amado. Não importa o quanto nos amamos, às vezes a vida nos separa. Todos nós tivemos alguma experiência com isso.
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