Anton Corbjin
SENTADO EM LONDRES, O OUTONO SE APROXIMANDO E EU PENSANDO COMO UMA JOSHUA TREE DEVE PARECER NESSA ÉPOCA DO ANO. Não muito diferente de quando nós a encontramos em dezembro de 1986, eu calculo. E provavelmente não diferente de quando eu vi pela primeira vez esta árvore, na companhia de ninguém menos que o Capitão Beefheart, em setembro de 1980.
DEPOIS DE MILHARES de anos como uma sólida sobrevivente, esta árvore é atemporal. Nós também celebramos algo que pode muito bem ser atemporal, pois nós estamos celebrando o 20° aniversário de uma gravação, com aquele que se imaginou o título mais incomercial, “The Joshua Tree”.
Acho que eu deveria falar alguma coisa sobre fotografar o U2 com a árvore e o U2 sem a árvore e como a foto da capa do álbum não tem nenhuma árvore, mas tornou-se A imagem mais importante da fotografia do rock/árvores/deserto por algumas décadas. Desde aquele dia que passei com o Capitão em 1980, eu amo a Joshua Tree. Assim quando o U2 e eu estávamos passando um tempo no deserto próximo da Califórnia, para encontrar locações para o álbum, provisoriamente intitulado “As Duas Américas” ou “As Canções do Deserto”, eu chamei o Bono de canto em algum bar do deserto numa noite, e disse a ele sobre esta árvore e sobre como nós (eu e Steve Averill) poderíamos usar isso...graficamente, eventualmente. Ele dormiu fora e voltou na manhã seguinte. Ele andava no ônibus, com a Bíblia na mão, e declarou o álbum batizado “The Joshua Tree”.
É claro, que agora nós então tínhamos que encontrar uma Joshua Tree - que sempre cresce em grupos - sozinha, como ela fotografaria melhor. Nós fomos abençoados e encontramos uma algumas horas depois e fizemos nossas fotografias ali. Eu nunca tinha visto uma Joshua Tree sozinha e eu estou certo que esta árvore em particular foi cortada por um ou outro fã do U2, ou pelo próprio Bono, conforme ele se cansou, ao longo dos anos, da seriedade da fotografia. Eu nunca o fiz, ao invés disso eu a emoldurei.