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domingo, 17 de fevereiro de 2019

U2, sobre o U2 - Parte II


Bono:

"Tivemos sim tentações ao longo da carreira, e não sei se fomos bem sucedidos rejeitando todas elas. A tentação que conseguimos evitar até agora, e de que mais me orgulho, foi a criação de egos individuais, que acabam sempre com as bandas.
As pessoas acabam por ter dificuldade de se relacionar um com o outro à medida que o tempo passa.
A tentação é querer ser o senhor do nosso mundo, pensar que não se precisa de mais ninguém, "sou dono de mim mesmo, sou meu próprio mestre".
Na nossa banda, ainda conseguimos nos aturar, o que é um feito, uma vez que é difícil conviver por tantos anos, seja em que situação for: em um casamento, um negócio, até famílias não se aguentam tanto juntos.
Nós continuamos juntos, e acho que está aí a força que temos no palco. As pessoas não vão nos ver apenas pelas músicas. Vêem quatro pessoas que permanecem unidas, e ninguém sabe quanto tempo isso ainda irá durar. Enquanto houver união, ótimo.
Como banda, o U2 sempre quis compor de um jeito grande. Nós não compartilhamos a desonestidade da 'música rock branca', onde as pessoas simplesmente não têm visão e ambição. O hip hop, por exemplo, não é assim, porque as pessoas querem ver até que ponto podem levar tudo, querem conquistar o mundo e fazê-lo em seus próprios termos. Um monte de grupos brancos diz: 'Oh, eu não sei como tudo isso aconteceu comigo, eu não sei como eu assinei com grandes gravadoras e eu sou o meu manager e eu tenho que ser o número um, e eu acho que minha raiva explodirá e eu vou me matar!" Bem, sim, é engraçado, mas também não é porque é a sua realidade política, no final, é uma coisa e depois a outra. O U2 sempre quis ser uma banda como The Beatles ou The Who ou Sex Pistols - nós sempre quisemos ser ousados. Quando eu tinha 17 anos, meu amigo Gavin Friday me deu o livro 'A To B And Back Again' de Andy Warhol e eu me sentei e li por horas. Eu encontrei uma grande libertação no modo como Warhol via as coisas. Ele nunca andou na ponta dos pés ao redor das coisas, ele apenas as pegou. E é isso que o U2 quer fazer e continuar fazendo".

Larry Mullen:

"Ainda é emocionante para nós. Ser criativo provoca uma vibração tão grande, é intoxicante e seria muito difícil viver sem isso.
Eu poderia viver sem todas as outras porcarias, mas viver sem isso, viver sem aqueles momentos que passamos em Fez, em que as coisas estavam acontecendo e os fluxos criativos estavam em movimento, quando todas as coisas acontecem, é algo difícil de abandonar".
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